Estamos tão apressados com o ritmo de vida, que eu chamo de "TDAHlizante", isto é, produtor de déficit de atenção e hiperatividade, pelo excesso de informações e pela escassez de sabedoria, que ficamos cada vez menos conscientes de nós mesmos.
Todo o autoconhecimento que dá sentido especial à vida, que constrói um enredo pessoal, uma longa ou curta metragem aqui na Terra, faz-se através do "dar-se conta", do experienciar do eu verdadeiro. Esse eu está submerso numa fachada que leva o nome de personalidade( persona= máscara). Então, pessoas de personalidade forte são as mais "mascaradas" que existem, pois blindam ainda mais o eu verdadeiro.
O processo de buscar a sobrevivência, que está seguramente em nível subótimo, vai acontecendo aleatoriamente, levando de roldão as pessoas pouco cônscias de que são donas de uma vida, que precisa ser exercida na sua plena potencialidade. Estar pouco consciente do valor da própria vida leva a quadros de baixa autoestima, vazio existencial, ideação suicida, adoção de comportamentos destrutivos, quebra de condutas éticas . A isso denomino " morte em vida".
Muitos são os caminhos para superar essas limitações , dando a cada um a escolha de alcançar padrões mais elevados de existência. Enquanto algumas pessoas se enterram até o pescoço na desistência de viver, como observamos nos dependentes químicos e nos criminosos de todos os gabaritos, outros buscam os caminhos iluminados da superação.
Na tarefa de resgatar o eu verdadeiro, convido-o a realizar um exercício bastante enriquecedor e poderoso que trará uma mudança nos ângulos de visualização do seu presente e principalmente do seu futuro. Escreva o seu próprio obituário. Tome a sua vida até este momento, em retrospecto , e escreva o seu próprio obituário.
Pode parecer um pouco mórbido, mas vale a pena tentar. Estamos falando de escrever sobre a morte, para viver a vida até o potencial máximo! Você terá uma visão ampliada de como tem vivido a sua vida e como "essa maneira de viver" irá impactar na memória dos que ficarem depois da sua partida. Como você gostaria de ser lembrado?
Ao decidir como vai ser o seu obituário, você vai ao futuro( que pode ser amanhã ou mesmo hoje) e decidi , olhando para trás, como vai viver o restante de tempo de agora em diante.
Você pode basear-se em modelos de obituários escritos em jornais, mas escreva o máximo que puder no primeiro rascunho. No segundo rascunho, procure selecionar os pontos principais da sua vida para resumi-los numa notinha de jornal.
O primeiro rascunho é o que vão ler no seu velório ou cremação. Imagine um amigo ou parente repassando a sua vida, enfatizando a diferença que você fez aqui nessa passagem breve.
O segundo rascunho, resumido, estará escrito no jornal da sua cidade.
Quem tiver coragem de executar esse exercício amedrontador, mas libertador, começará agora mesmo a acessar o próprio eu, massacrado pela ilusão da realidade cotidiana. Tantas tragédias na televisão, crise mundial, bizarrices de todas as ordens, e a sua vida expirando, como um produto sem uso, ao sabor dos ventos, sem um propósito transcendente.
Escreva o seu próprio obituário e desperte para a vida, que tem pressa de viver.
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