A Memória de Trabalho (MT), também conhecida como memória operacional ou de curtíssimo prazo, desempenha um papel vital na integração de diferentes áreas cerebrais. Um projeto de pesquisa em Neurociência realizado pela Universidade de Helsinki lançou luz sobre os mecanismos neuronais que sustentam os traços de memória de estímulos visuais no cérebro humano.
Os resultados mostram que a manutenção da memória de trabalho está associada com a sincronização dos neurônios, os quais facilitam a comunicação de diferentes partes do cérebro.
Baseados na interação entre essas áreas, foi possível predizer a capacidade de memória de trabalho individual.
A Memória de Trabalho( MT) de uma pessoa mediana é capaz de sustentar somente três ou quatro objetos por vez. As áreas que mantêm a MT são bem conhecidas, mas há pouca informação acerca de como essas áreas interagem. O cérebro de pessoas desempenhando testes de MT foram escaneados utilizando magnetografia( MEG) e eletroencefalografia( EEG). Além disso, um novo método foi implementado para avaliar os dados do EEG e MEG que identificam redes de interação neuronal rápida, isto é, avaliando a sincronização de diferentes áreas do córtex cerebral. Através desse método foi possível revelar as redes funcionais formadas pelo cérebro com a acurácia de milisegundos.
Nesse estudo, os pesquisadores mapearam quase 4 bilhões de diferentes interações neuronais. Eles estavam especialmente interessados nas interações rítmicas entre diferentes partes do encéfalo. Enquanto sustentavam a MT de estímulo visual, as atividades rítmicas de diferentes áreas cerebrais dos indivíduos participantes foram transitoriamente sincronizadas.
Os resultados revelaram que a sincronização de atividade neuronal em diferentes áreas tiveram uma conexão tanto na manutenção quanto no conteúdo da MT.
Os resultados revelaram que a sincronização de atividade neuronal em diferentes áreas tiveram uma conexão tanto na manutenção quanto no conteúdo da MT.
Foram demonstradas diversas redes de funcionamento específico e interações entre elas. Os lobos frontais e parietais desempenharam um papel central nesse funcionamento. Essas áreas são responsáveis pela coordenação da atenção e das ações. As redes no lobo occiptal, por outro lado, lidam com as informações dos estimulos visuais.
Tanto a MT quanto a atenção são fundamentais para a cognição e consciência. Os conhecimentos sobre os seus mecanismos neuronais subjacentes podem ser aplicados para desenvolver métodos diagnósticos e terapêuticos para a Doença de Alzheimer, esquizofrenia, desordens de percepção e aprendizagem, autismo e outras enfermidades neuropsiquiátricas.
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