quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Roberto Shinyashiki

 O escritor Roberto Shinyashiki é um dos escritores de "autoajuda" que se destaca por evitar os lugares-comuns e os clichês sempre reverberantes neste tipo de literatura. Considero-o um escritor de "heteroajuda". Ele consegue, através de suas obras, em ordem crescente de qualidade, nos surpreender , ao mesmo tempo que nos humaniza. O que falta para a maior parcela dos livros de autoajuda é justamente um escritor vivo e uma evolução no conjunto da obra.

Seu livro mais recente, Problemas? OBA!, capturou minha atenção numa livraria e agora recomendo aos leitores do blog como uma sugestão imensamente agradável de leitura. Diferentemente de outros escritores "Gost Writers", ele está presente, com a sua personalidade , em cada frase de seus livros. Ele mesmo escreve os livros, caramba! É inconfundível o seu estilo sincero, calmo e espiritualizado de escrever. Estar na obra é diferente de vender um livro gelado.

Nunca conversei pessoalmente com ele, vi-o uma vez de longe no aeroporto Salgado Filho, mas fiquei constrangido em abordá-lo. Ele me pareceu uma pessoa descolada, gentil , um escritor famoso! Mas não preciso conhecê-lo pessoalmente , para sentir que o conheço pessoalmente. Basta lê-lo.

Mas o que deve fazer um escritor de verdade, além de ficar famoso? Transmitir mensagens que mudem a vida das pessoas, por apresentar novos ângulos , com uma linguagem acessível. Isso é o que encontramos nesse livro. Como leio muitos livros simultaneamente, costumo deixar várias leituras inacabadas por falta de tempo ou porque cansei daquela história, daquele papo impresso. Bom, autoajuda eu nem leio mais, desde que saí da adolescência. Entretanto, com o livro do Roberto, estou mantendo o meu foco de leitura, já ultrapassando a metade do caminho. Isso é incrível.

Há alguns anos eu e minha esposa demos um presente para uma amiga aniversariante. Chamava-se A Revolução dos Campeões, de capa azul, por termos ficado muito tocados pelas mudanças positivas que sentimos na leitura. Eu gosto de ganhar livros, mas só dou livros para minha esposa, porque o povo brasileiro, inclusive meus amigos e colegas de trabalho, lê pouco. No caso dessa amiga, ela não gostou muito do presente, pois ela prefere  roupas e joias. Ela faz o tipo fatal, não o tipo  intelectual. O autor, Roberto Shinyashiki.

Então o seu livro mais recente, agora com capa amarela, nos ensina a encarar os problemas como oportunidade de crescimento e evolução, tanto profissional, como pessoal. Os capítulos são concisos, embalados por uma conversação entre o autor e um amigo, que busca colocação no mercado de trabalho, e vai aprendendo o valor inestimável de resolver problemas. Alguns trechos são tão verdadeiros, que escrevi "genial" na margem. A verdade é simples, por isso nos encanta. Mas é preciso saber passar a mensagem que toca o coração com uma linguagem única e o autor é especialista na arte de mudar vidas!









sábado, 10 de setembro de 2011

Nunca chegue ao Topo

Jean Paul Sartre, filósofo existencialista, disse que o sucesso e o fracasso eram feitos do mesmo material, mas nenhum era melhor do que o outro.

Nunca chegue ao topo.

Ray Kroc, fundador do McDonald´s, também disse " Quando você está verde, está crescendo. Quando  amadurece, só pode apodrecer."

Nunca chegue ao topo.

Numa sociedade movida pela busca frenética do dinheiro, fama e sucesso, essa heresia deve mexer com as suas convicções. Não sou contra o dinheiro, mas ele é um meio, nunca um fim. Quanto à fama, quinze minutos são insuficientes para algum esforço. Quanto ao sucesso, o que ele significa para você especificamente?

Nunca chegue ao topo. Prefira olhar o cume da montanha mais alta de baixo para cima.

Muito bem, você atingiu o topo na sua carreira, na sua vida, no que sonhou. Agora olha o mundo de cima para baixo, tem um entendimento mais profundo de mistérios que outras pessoas desconhecem. Está concluído. E agora?

Nunca chegue ao topo. Pode se aproximar, mas desça antes de atingi-lo.  Assim você continuará vivo e humilde, buscando o melhoramento pessoal, a inovação, novos sonhos, novos caminhos, novas montanhas, morrinhos singelos.

Adoro ler sobre pessoas de sucesso, tanto as que tiveram quinze minutos de fama e desapareceram do planeta Terra, quanto aquelas que mantiveram uma fama discreta e continuam "verdes ", melhorando sempre. Os do primeiro grupo já foram. Estavam inebriados com o sucesso e morreram cedo, seja por overdose, seja pelo álcool, seja pela fama artificial. Os que continuaram, sem nunca chegar ao topo derradeiro, continuam vivos e atuantes e suspeito que ganharão longevidade cada vez mais.

Nunca chegue ao topo. Prefira os elogios intermináveis do Faustão, mas saiba que isso é uma brincadeira de domingo. Dentro de sua alma, mantenha distância do cume.

A sua vida atual não tem um sentido prévio conhecido. Existencialmente, a vivência precede a essência, na mais pura acepção de Jean Paul Sartre. Então, atingir o topo é acabar com o sentido da vida. Não arrisque perder-se na ausência de sonhos renovados, quando o sucesso o visitar. Morrer cedo é para os ícones do Rock, mas não para a  sobrevivência dos mortais.

Nunca chegue ao topo. Então devo ser um fracassado feliz? Então devo ser um desconhecido infeliz?

Nenhuma coisa, nem outra. Seja você mesmo, sem a busca inútil do sucesso , da fama e do dinheiro. Invente sonhos que lhe causem "frenesi", mas se eles fracassarem, tudo bem. O fracasso e sucesso são feitos do mesmo material, lembra?

Nunca chegue ao topo ou seja  o número 1. Chegue aos 10 % da sua área profissional, se possível. Não vá se cobrar demais, não vale a pena. É necessário fluir, com a suavidade de um córrego entre os bambus. "Low Profile", em inglês.

Howard Hughes, o famoso bilionário excêntrico, dono de cassinos e aviador, era dono de tudo  o que queria- dinheiro, fama e sucesso. Como todo bilionário que não é exclusivamente bilionário, sofria de Transtorno Obsessivo-Compulsivo(TOC), era viciado em valium( um sedativo), dormia nu num quarto escuro, de onde comandava o seu império, protegido por seguranças, comia coxinhas de frango, as quais colecionava em potes. Para sua proteção, contava com sósias, que se faziam passar por ele em eventos e entrevistas, sempre por telefone, e devido à sua paranoia, tornou-se recluso até a sua morte. Ele chegou ao topo! Entretanto, num entrevista, após perguntas pessoais  que comprovaram a sua identidade inequivocamente, respondeu à última pergunta : __Mr. Hughes, o senhor é feliz? Ele respondeu sem hesitação:__"NÃO".

Nunca chegue ao topo. Ok, é permitido chegar aos 5 % da sua área profissional. Se conseguir procure ser  um bom pai, esposa, marido, jogador de futebol ou xadrez, boa mãe, um cidadão( ã) respeitado(a) e o que não contrariar a sua natureza interior.

Nunca chegue ao topo. Se você ainda não criou asas, o caminho é ladeira abaixo. A meio caminho do topo e da base, podemos olhar nas duas direções e continuaremos desconhecidamente vivos!