segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Dos Livros de Autoajuda ao Ceticismo Saudável



Agora que o mundo não acabou, pela décima sétima vez prenunciado, vou abordar um tema de suma importância. Trata-se do poder das crenças bizarras.

A vida é essencialmente caótica e se nós formos acreditar em tudo que falam, em todos os boatos e modismos, ficaremos mais confusos e muitos se transformarão em fanáticos.

Como autor de dois livros de autoajuda, posso falar tranquilamente que evolui desse nível primário para um  nível mais avançado e realista, o da negação de crenças bizarras, pensamentos mágicos, alegações sem evidências, crendices, lendas urbanas e esoterismo barato.

Quando somos crianças, nossa imaginação infantil confabula enredos e acredita no sobrenatural. Nossa autoestima é incipiente, e num longo processo de amadurecimento psicológico, através do desenvolvimento cerebral , vamos vivendo novas experiências e também questionando afirmações, ideias aceitas como normais e padrões de referência duvidosos. Isto é, abandonamos a idealização da cultura popular e escapamos do automatismo das massas. É o mínimo que a honestidade intelectual precisa fazer por um estudioso.

Vivemos numa época tecnológica. Mesmo assim, ainda existem pessoas que acreditam em crenças medievais. Você poderá argumentar que não há nada de errado em ter as próprias crenças, porque é um objeto de escolha e de fé. Muitos dirão que até é divertido acreditar em histórias fantásticas, místicas e passatempos esotéricos.

Evoluí dos livros de autoajuda, que me apoiaram na adolescência e início da vida adulta, para um ceticismo saudável. Não me considero um cético rabujento, dominado pelo materialismo insípido. No meu livro " As Duas Inteligências", abordo diferentes assuntos, entre eles, as religiões, o cérebro, a mente e outros tópicos polêmicos. Fazendo um reflexão crítica, digo que embebi o livro de crenças pessoais, de acordo com os dados de que dispunha para raciocinar. Se vocês estão lembrados, a qualidade dos dados na FÓRMULA DA INTELIGÊNCIA determinará a qualidade da conclusão. Minhas conclusões foram coerentes com o meu momento de vida. Como um ensaio filosófico mantém todos os méritos.

Hoje estou iniciando 2013 com um pensamento mais científico e menos crédulo. Ampliei a minha percepção(o segundo componente da fórmula) e revisei várias conclusões propostas no livro. Nenhum problema em admitir equívocos e conclusões incompletas, haja vista a disponibilidade de dados naquele momento. Mas a ciência está sempre disposta a revisar os seus pressupostos e as conclusões, quando novos dados vão surgindo.

Acreditar que crenças bizarras são inocentes não corresponde aos fatos. Assisti a entrevistas, vi livros escritos sobre o fim do mundo, pessoas  sumirem de casa para se juntar a algum grupo de lunáticos em bunkers escondidos, conversas intermináveis sobre o fatídico 21 de dezembro de 2012. E o mundo não acabou. Quanto energia jogada fora, quanto dinheiro gasto, quanto tempo desperdiçado. E o planeta Niburu, hein??

O cérebro, infelizmente, conserva a sua configuração evolutiva, que durante a época das cavernas acreditava em riscos imaginários. Acreditar era a diferença entre sobreviver ou ser devorado por um tigre. Imagine um barulho na floresta. Valia a pena acreditar que era um predador e escapar vivo. O custo do erro era pequeno, confundir o barulho do vento com a aproximação de predadores. Esse erro cerebral foi importante para chegarmos ao presente. Mas atualmente as feras estão em reservas ecológicas ou em circos. Entretanto, a memória cerebral continua conosco. E dessa memória nascem as crenças! Em seu livro "Cérebro e Crença", o cientísta Michael Shermer, esmiuça os detalhes interessantes dessa relação, explicando muitos fenômenos como fantasmas, conspirações, crenças estranhas e credulidade infantil.

Um aspecto interessante dos estudos de Michael Shermer, também editor da revista Skeptics, mostra que mesmo pessoas inteligentes acreditam em coisas estranhas, como abordado no seu outro livro "Por que Pessoas acreditam em Coisas Estranhas". Pessoas inteligentes , apesar de inteligentes, possuem módulos mentais crédulos, totalmente dissociados da sua inteligência geral, o que permite a coexistência "pacífica" entre  o real e o imaginário, o possível e o improvável, além de argumentos mais sofisticados para defender as suas ideias. Nas palavras de Shermer, " primeiro as pessoas desenvolvem crenças e depois buscam argumentos para defendê-las."  E não "deveria" cientificamente falando ser dessa maneira. Na Ciência, as comprovações levam às conclusões e não as conclusões buscam comprovações.

Para os medianamente crédulos, não vai ser nenhuma violência ler obras de escritores céticos como Sam Harris e Richard Dawkins. Eles defendem uma disseminação do conhecimento científico válido para a população, tão desprovida de conhecimento verdadeiro, e tão empanturrada de discursos ideologicos, politicos e religiosos. Para os fanáticos, para os religiosos extremistas, não aconselho ler esses livros, porque  são muito agressivos, até mesmo "blasfêmicos". Fico imaginando o que seria da Medicina, se fôssemos proibidos de despir pacientes, por motivos de pudicismo. Ficaríamos impedidos de descobrir as doenças , realizar cirurgias e descobrir novos tratamentos, com um prejuízo inegável para a humanidade. Adentrar o proibido é um passo necessário para descobrir as verdades.

Decidi começar o ano de 2013 mais cético do que eu era. Vejo que uma boa dose de ceticismo é saudável. Não sou uma pessoa fechada, aceito mudar de opinião, desde que os dados e evidências me conduzam a novas conclusões válidas. O paradigma científico continua o melhor recurso para descobrir a verdade onde quer que ela se esconda. E desmascarar inverdades, crendices e crenças bizarras.














terça-feira, 26 de junho de 2012

Inteligência e QI


Nossa inteligência, medida por testes de QI válidos é a nossa capacidade de compreender situações,raciocinar, resolver problemas, e aprender a agir de forma eficiente e eficaz.
"A capacidade global do indivíduo para agir intencionalmente, pensar racionalmente e lidar efetivamente com o seu ambiente." ( David Weschler)

O valor do QI
 O Nível de QI é conhecido por ser positivamente correlacionado com muitas coisas valiosas. Algumas  foram demonstradas em pesquisa revisada : 
Motivação de realização, altruísmo, a capacidade artística, a criatividade, a preferência alimentar, nível educacional, sensibilidade emocional, saúde, senso de humor, a renda, a amplitude e a profundidade de interesses, a liderança, a longevidade, habilidades lingüísticas , a memória, o raciocínio moral, habilidades motoras, estatuto profissional e sucesso, e as habilidades sociais
QI é inversamente associado com propensão a acidentes, à obediência, ao alcoolismo, ao autoritarismo, ao crime, ao dogmatismo, à neurose, à impulsividade, ao preconceito racial, tabagismo e obesidade.

                                                   LEITURA DINÂMICA E ESTUDO

domingo, 10 de junho de 2012

Neurociência e Aprendizagem


A ciência começa a desvendar o  funcionamento cerebral para elaborar métodos de estudo que otimizem a aprendizagem. Uma nova interface de colaboração começa a surgir: a neurociência educacional.

Até o momento os métodos pedagógicos eram mais intuitivos do que científicos.Agora podemos utilizar os conhecimentos do funcionamento cerebral, como o cérebro aprende, para alinhar a metodologia de ensino com esse fluxo fisiológico. Nadar a favor da correnteza cognitiva.

Em julho de 2012 vai haver um encontro entre Neurociências, Saúde Mental e Educação em São Paulo. O futuro deverá integrar essas facetas  do conhecimento humano num todo indivisível , começando agora. Esse é o verdadeiro propósito do quebra-cabeças do conhecimento, colocar todas as peças juntas, na interdisciplinariedade multidimensional.

Muitos teóricos da aprendizagem elaboraram ideias e teorias de como aprendemos, de como podemos transformar essas teorias em métodos pedagógicos. Entre esses teóricos estão Piaget, Vygotsky, Wallon, Ausubel. Agora a neurociência investiga a procedência dessas teorias e as complementa.

Pedagogos, Educadores e Professores do futuro precisarão conhecer a anatomia e fisiologia cerebral. Ensinarão respeitando as peculiaridades individuais do aluno no quesito memória, raciocínio, percepção, pensamento e outras funções mentais. Serão poliglotas do ensino, conforme a língua de cada aluno. A língua de cada aluno é o seu estilo preferido de aprendizagem.

Outras linhas de pesquisa estão utilizando o funcionamento cerebral no seu embasamento, como a Psicologia Cognitiva, a Neuroeconomia e agora a neuroeducação. Mais vezes o prefixo "neuro" passará a aparecer na literatura educacional de agora em diante.

                                                     LEITURA DINÂMICA E ESTUDO

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Baixo Rendimento nos Estudos, Sonolência e Variação de Humor


O rendimento nos estudos depende de muitos fatores correlacionados.

O desempenho ótimo no processo de estudo inteligente precisa basear-se no equilíbrio biopsicossocial do estudante.

Muitos estudantes "tentam" estudar fora desse ponto de equilíbrio, negligenciando a correção dessas condições adversas e sofrem perdas na sua performance. O resultado final é um baixo rendimento nos estudos.

Para haver um alto rendimento nos estudos, o estudante precisa estar em perfeito equilíbrio BIO-PSICO-SOCIAL.

Entre os fatores adversos de ordem biológica, podemos citar:

a) Alimentação Desbalanceada: baixo consumo de proteínas e polivitaminas, excesso de consumo de carboidratos, principalmente doces;

b) Privação de sono: Dormir menos de 6h por noite ou mais de 10h por noite;

c) Sedentarismo: Falta da prática regular moderada de exercícios físicos aeróbicos;

d|) Doenças físicas e Mentais: Sintomas não diagnosticados e tratados ou subtratados;

e) Uso de medicamentos e Drogas de abuso:  álcool, maconha, cocaína, etc  e  medicamentos que diminuem a capacidade cognitiva.

Entre os fatores ordem psicológica , podemos citar:

a) Transtornos Mentais: depressão, ansiedade, TDAH, Síndrome do Pânico, Ansiedade Generalizada, fobias, etc;

b) Conflitos Psicológicos: baixa autoestima, desentendimentos familiares e amorosos;

Entre os fatores de ordem social, podemos citar:

a)  Isolacionismo Social: falta de círculo de amigos ou de apoio;

b) Exposição Social Exacerbada: Desperdício de tempo em baladas, festas e atividades afins.

Se esses fatores estiverem desajustados, o estudante terá variações de humor, com queda da energia física e mental para estudar de maneira produtiva. Pode haver eclosão de estados de tensão emocional, irritabilidade, desconcentração e desmotivação.

Todos temos ritmos biológicos( ritmos circadianos), que se modificam de hora em hora, pela alteração hormonal e de neurotransmissores. Respeitar o próprio relógio biológico é uma atitude alinhada com o melhor rendimento "possível" em determinado estudo. Se o relógio biológico não for entendido, o estudante estudará exaustivamente, com baixo aproveitamento real. Geralmente os horários de "peak performance"  são matinais, havendo queda do desempenho a partir da tarde e no final da noite. Algumas pessoas são mais vespertinas e outras notívagas. Respeite o seu próprio modelo de funcionamento diário.

Se tiver sono, não adianta insistir no estudo naquele momento. Tire um cochilo ou pratique algum exercício físico, procure respirar "cachorrinho", para reativar a energia mental. Se tiver ansiedade, procure relaxar a musculatura através da respiração calma e pausada, "sentida na barriga", em nível abdominal. Se for acometido de tédio, respeite a "confusão mental" ou falta de pique , espere algumas horas até passar ou procure envolver-se em alguma atividade prazerosa extra-estudo. Se estiver apresentando sintomas mentais muito intensos, que comprometem a sua vida a maior parte do dia, durante semanas, procure ajuda médica.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Três Fatores Vitais Na Aprendizagem Inteligente

Os vestibulandos que vêm ao consultório abrem seus corações e reclamam que "fulano" passou e eles não passaram! Como  aquele "fulano" passou? Logo aquele id.....! Como o  mundo é injusto, não é mesmo?

O mundo é injusto, concordo. É possível alguém estudar muito e ser reprovado no vestibular, num concurso ou numa entrevista de trabalho. Muitos fatores estão em jogo e qualquer desequilíbrio resulta em insucesso! O equilíbrio emocional é determinante nessa equação , por exemplo.

O que não é admissível é ser reprovado por estudar de maneira desatualizada. Esse "pecado" será castigado sempre. Não basta ter boas intenções, vontade de passar, fazer promessas e orações, o resultado final , se outras variáveis estiverem em equilíbrio, dependerá do domínio dos conteúdos exigidos nas provas. Simples assim!

Então é possível que "fulano", o carinha insuportável ao lado( e que não o é num cursinho apinhado de concorrentes?), conquiste uma vaga  à que você jurava ser o merecedor legítimo.

Não importa o número de horas de estudo, não importa quão especial você se considera, nem o melhor cursinho preparatório, o resultado final dependerá do domínio dos conteúdos programáticos! E se o "fulano" dominar esses conteúdos e você não, o mundo injusto fará justiça!
A ideia aqui é qualidade de estudo e não quantidade de estudo. Se você conseguir aliar horas de estudo com aproveitamento, melhor para você! Se tiver que equilibrar esses dois requisitos, invista em qualidade de estudo.

Hoje quero ressaltar TRÊS FATORES VITAIS NA APRENDIZAGEM INTELIGENTE:

1) Testagem de conhecimentos: Pesquisas recentes demonstraram que curtos períodos de estudo alternados com testes produzem melhor domínio de informações a longo prazo. Nesse processo de se testar, de memória, sem consulta a livros e apostilas, logo após a primeira leitura, forçará o seu cérebro a recordar os detalhes lidos, formando uma impressão mais durável do conhecimento. Essa estratégia, mesmo por 10 minutos, foi superior à elaboração de mapas conceituais, considerados padrões standart de estudo otimizado. Alunos testados após a leitura, que tiveram que evocar as informações, alcançaram desempenho superior a alunos que construíram mapas conceituais por 30 minutos. INCRÍVEL!

2)  Espaçamento do estudo: Utilize a alternância de estudo e descanso. Isso respeitará a fisiologia cerebral, que necessita de um tempo de incubação do material estudado. Ao retornar , o cérebro fará novas conexões do material ( cada reinício é uma novidade cerebral), reforçando novos ângulos de aprendizagem e agregando contextos extra-estudo com os quais o aluno entrou em contato nas horas de intervalo. Cada recomeço ativará lembranças, associará outras informações , criando conexões neuronais mais fortes para o conteúdo. O descanso é tão fundamental quanto o estudo propriamente dito.

3) Entrelaçamento de conteúdos: Você prefere estudar matemática a tarde inteira ou biologia a manhã inteira? É melhor concluir logo esse capítulo ou ler esse livro antes de passar para o próximo? NÃO! O melhor, segundo pesquisas atuais, é entrelaçar o máximo possível conteúdos díspares. Isso melhora não somente o domínio dos conteúdos per se , como aumenta a capacidade de diferenciar esses conteúdos diferentes em contextos parecidos. As provas interdisciplinares caminham nessa direção, misturando questões. Portanto, o estudo deve ser feito nos mesmos moldes, porque a aprendizagem é turbinada!!

Os alunos possuem uma visão distorcida da sua capacitação real para as provas. Nas pesquisas, os alunos pensavam erroneamente que o melhor era estudar conteúdos únicos por longos períodos, preferiam ler e reler a matéria várias vezes, iludidos com uma"intuição" de que já sabiam o suficiente e insistiam em longas jornadas de "estudo" sem descanso. Todos esses equívocos fazem a balança pender para o lado do" fulano". Não bastar estudar, é preciso calibrar o quanto se sabe e o quanto se precisa melhorar.

Estude de maneira inteligente, não exaustiva, e nem "fulano", nem "beltrano", nem "sicrano" , nem o mundo injusto conseguirão vencê-lo desta vez.

domingo, 15 de abril de 2012

Mapa da Inteligência no Cérebro


Cientistas mapearam a arquitetura anatômica cerebral envolvida com a inteligência humana, particularmente inteligência geral, compreensão verbal e memória de trabalho.

O trabalho foi publicado em " Brain: A Journal of Neurology". Ele lista os danos cerebrais sofridos por voluntários, 182 ex-combatentes da guerra do Vietnã.

A análise de injúrias cerebrais com danos focais  permitiu aos pesquisadores, liderados pelo neurocientista, Aron Barbey, da Universidade de Illinois, inferir sobre estruturas cerebrais específicas necessárias para o desempenho intelectual. Estudando como danos a regiões cerebrais particulares produzem formas específicas de perda cognitiva, foi possível mapear a arquitetura da mente, identificando estruturas cerebrais criticamente importantes para habilidades intelectuais.

Os pesquisadores submeteram os participantes ao escaneamento por Tomografia Computadorizada e administraram uma bateria extensiva de testes cognitivos. Os dados foram reunidos para construir um mapa coletivo do córtex, que foi dividido em 3000 unidades tridimensionais, chamados voxels. Pela análise de múltiplos pacientes com danos num voxel particular ou grupo de voxels e comparando as habilidades cognitivas desses pacientes com pessoas com essas estruturas intactas, foi possível identificar regiões cerebrais essenciais em funções cognitivas contribuintes significativamente para a inteligência.

A inteligência geral depende de sistemas neurais marcadamente circunscritos. Esses sistemas estão localizados primariamente dentro do córtex pré-frontal esquerdo, córtex temporal esquerdo e córtex parietal esquerdo e em tratos de substância branca que os conecta. Muitas áreas relacionadas com a inteligência geral são as mesmas envolvidas com a função executiva( memória, controle de impulsos).





As áreas da imagem, em vermelho, indicam as áreas comuns associadas com inteligência geral( G) e função executiva. As áreas em laranja indicam regiões específicas relacionadas com a inteligência geral. E as áreas em amarelo são específicas para a função executiva.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Idade Cerebral e Poder Cerebral

A idade cerebral avança e o poder cerebral declina, segundo  pesquisas da neurociência.


Isso é esperado, uma vez que o envelhecimento cerebral provoca a perda de algumas funções cognitivas, seja por desuso ou por doenças físicas, neurológicas e mentais.

Mas isso não é inexorável, uma vez que você pode treinar o seu cérebro através de exercícios físicos e ginástica cerebral. Poucas pessoas se dispõem a investir em exercícios diariamente. Não posso falar sobre exercícios físicos, pois amanhã vou reiniciar meu programa de exercícios físicos.

Há muito tempo a ciência sabe que os exercícios físicos melhoram a memória, o sono e o funcionamento cerebral, pois isso aumenta o  fluxo sanguíneo, com oxigenação consequente e proliferação neuronal através do BDNF,um estimulante cerebral responsável pela neurogênese.

Dizem as pesquisas que à medida que envelhecemos, a velocidade de nossas reações diminuem. Ficamos mais lentos em testes. Será isso verdade mesmo?

Teste a sua idade mental através do teste providenciado pelo site:


Você vai descobrir se a sua idade cerebral está em boa forma, de acordo com a manutenção do seu poder cerebral.

O interessante desse site é que ele testa velocidade de resposta, que teoricamente deveria diminuir com a idade. Ocorre que no meu caso a minha velocidade de resposta, depois de 5 anos sem treinar, aumentou.  Só hoje quebrei quatro recordes! Fiquei 5 anos mais velho e mais rápido! A que atribuo essa melhora? No meu caso, não posso atribuir aos exercícios físicos, que irão potencializar o meu  desempenho no futuro. Neste momento , o único fator diferente na minha vida, que não havia 5 anos atrás , é o meu treinamento diário no exercício N-dual Back.

Treine a sua inteligência fluida pelo site:


Minha idade é de 38 anos e o meu poder cerebral de 21 anos. Uma diferença de 17 anos! Não acredito em muitas pesquisas que afirmam que há uma queda do potencial cognitivo a partir dos 27 anos. Ou a partir dos 45 anos. O que tenho visto é que as pessoas que não treinam o cérebro  vão perdendo as suas funções mentais, além de desenvolverem déficits de memória, induzidos pelo estresse.

O bom da idade é que podemos ficar mais experientes, sem necessariamente ficarmos menos ágeis mentalmente. Lembre-se de que a preservação do poder cerebral vai depender do treinamento contínuo e a manutenção de um estilo de vida saudável.

Pare de gastar dinheiro em escolas de Inglês


Você realmente acredita que vai aprender inglês em escolas tradicionais de inglês?

Infelizmente não vai. Seu dinheiro merece outras tentativas mais eficazes.

Falo com conhecimento de causa, pois concluí dois cursos de inglês em escolas tradicionais e quando viajei para o exterior descobri que me serviram muito pouco. Voltei de lá apavorado, querendo aprender inglês de qualquer jeito. Obviamente que o hábito de treinar a língua no país de origem é a melhor maneira, mas para quem ainda não teve essa oportunidade, outras alternativas são eficientes.

Vou compartilhar  o que funcionou e funciona para mim, mas cada pessoa deve encontrar o próprio caminho.

Uma fonte interessante de atualização , não somente de treinamento na língua inglesa é a revista Speak Up. Uma única edição nos oferece mais vocabulário que um semestre inteiro num curso convencional. E é mais barato, economiza tempo e energia, mas exige um certo grau de autodidatismo. Vale a pena conferir. Outra questão a ser lembrada, aprender uma língua demanda prática e  em aulas de 1h a 2h por semana talvez você consiga dizer algumas frases, mas isso não é conversação real. O segredo da proficiência é o listening.


Para quem tem acesso à internet, as melhores fontes, das inúmeras que existem, estão recomendadas abaixo. Realmente faz uma diferença usá-las. Além delas, escutar músicas, navegar em sites, comprar cursos diversos em inglês, tudo vai se somando para produzir um resultado final de maior domínio da língua, até possivelmente uma fluência. Aproveite.



Remoção das Lentes Distorcidas da Verdade


Todas as pessoas têm opiniões. Basta lembrarmos dos três grandes temas polêmicos das rodas de amigos: política, religião e futebol. O grande problema para a humanidade é que opiniões são meras opiniões, sujeitas a erros, distorções e inverdades.

Uma pessoa evolui no seu caminho de sanidade mental na proporção direta em que se liberta de opiniões, começa a avaliar fatos e descobre verdades insuspeitas em diferentes temas relevantes na vida. Não estou falando dos três grandes temas já citados, pois eles não são testáveis do ponto de vista da verdade. São meramente crenças que atendem necessidades individuais ou de grupos. Podemos analisar os processos envolvidos nesses temas, mas não os temas em si com o intuito de encontrar alguma verdade.

Por isso, discutir esses três temas a partir de  algum ângulo ideológico suscita gargalhadas.

Mas há áreas do conhecimento humano que não são tabus, nem se consideram intocáveis pela verdade.Com elas podemos aprender coisas interessantes, novidades, insights, redescobrir coisas e, o mais importante, desaprender as mentiras que nos ensinaram no decorrer dos anos. O que falta às pessoas é um banho de verdade. Um banho de civilização, como dizia um colega médico, toda vez que passava um mês no exterior, "respirando civilidade e mudanças em curso." Depois voltava ao Brasil "recarregado."

Quando lembro que uma criança aprende versões da história que podem ser distorções da mente de algum professor de história da esquerda ou da direita, entendo o risco do processo educacional. Pode-se educar para mentiras, equívocos, lugares comuns e massificação. Geralmente assim  funciona o sistema educacional, com as suas avalanches de matérias, inúteis no decorrer dos anos. Quanto você lembra do que estudou no colégio? Obviamente que é melhor algum conhecimento do que conhecimento algum, mas os efeitos colaterais precisam ser pesados numa balança bem regulada, para evitar prejuízos no futuro.

Tenho buscado fontes alternativas de conhecimentos nos últimos cinco anos. Confesso que é  mais difícil do que encontrar ouro em Serra Pelada. Uma vez que outra, encontro livros e autores que nos "chocam" com verdades , novos paradigmas inimagináveis pelo senso comum. Ah, senso comum, somos escravos dessa falácia. Precisamos muito mais que senso comum para vivermos a vida com êxito e lograrmos nossos sonhos. Precisamos encontrar fontes de conhecimento livres de víéses, de interesses ocultos e de meias verdades.

Nessa busca solitária, já que o universo da leitura transita em temas rasos, como a autoajuda barata, a repetição de mantras de pensamento positivo e historinhas água com açucar ou mesmo romances tão ficcionais que se transformam em desperdício de tempo para uma mente já exageradamente imaginativa, tenho encontrado algumas " pepitas".

Para sermos mais inteligentes, precisamos ler coisas que ampliam a nossa percepção, investigarmos tópicos estranhos ao senso comum e descobrirmos peças de um quebra cabeça que é para profssionais e não amadores da vida. Neste blog o meu compromisso é ajudar os interessados a tomar um banho de lucidez e assim se tornarem mais proficientes em suas vidas, com mais autorealização.

Antes que o carnaval chegue, para evitar a superficialização do pensamento nas próximas semanas, convido-os a tomarem um banho de lucidez através das leituras sugeridas abaixo. Elas vão virar de ponta cabeça as suas concepções do mundo, das pessoas, das notícias veiculadas pela mídia, vão estraçalhar o senso comum( que é diferente de bom senso), vão eletrocutar os desinformados. Não sei se vocês conseguirão ler tanto em tão pouco tempo, mas se começarem na hora do desfile das escolas de samba e insistirem até o fim da Páscoa, vocês conseguem!

Qual será o prêmio? Lucidez, libertação intelectual, criatividade, um banho de civilização nesse marasmo de massificação e empobrecimento mental e cultural em que imergiram as pessoas.

Qual será o preço? Um pouco de desconforto mental, já que vocês terão suas feridas intelectuais mexidas e outros cortes serão feitos nas adjacências. Mas não se pode expandir sem dores, como não se pode hipertrofiar músculos sem malhar.

Os livros podem ser  lidos em qualquer ordem, mas recomendo que você leia-os ao mesmo tempo. Essa mania de ler um livro do início ao fim, para somente abrir outro é uma herança obsessiva do sistema educacional, uma mania de privilegiar o processo, descuidando do conteúdo. O que você quer, senão entrelaçar conhecimentos variados, possibilitando um intercâmbio de ideias e insights? Para fazer isso, é preciso misturar, associar, relacionar, reunir diferentes fontes de conhecimento ao mesmo tempo.

Os livros estão distribuídos abaixo. Preferi colocar as fotos e deixar a sua curiosidade procurá-los. Não perca tempo, comece hoje o seu longo e demorado banho, para remover a poeira depositada no seu pensamento, na sua maneira de enxergar o mundo, distorcendo as  lentes da verdade.













sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Adolescência e Escolhas Arriscadas


A adolescência é uma fase do desenvolvimento psicossexual que apresenta características peculiares, determinantes para o futuro do indivíduo.

Atualmente enxergamos a adolescência sob um prisma neurodesenvolvimental, não somente endocrinológico. Obviamente que os caracteres sexuais secundários começam a aparecer na puberdade, com as suas repercussões físicas e mentais. Uma região cerebral  chamada hipotálamo  comanda a secreção dos hormônios sexuais, levando à descoberta da sexualidade.

E justamente nesta fase delicada do desenvolvimento humano, muitas escolhas são feitas , caminhos começam a ser trilhados e armadilhas se interpõem no caminho rumo a um futuro saudável.

Os pais ficam confusos. Não há manuais de instrução completamente validados para obter êxito na tarefa de criar bem os filhos e todos os manuais para  adolescentes teriam que ser personalizados.

Neurodesenvolvimento:

Sem entrarmos nos meandros neurofisiológicos da adolescência, basta dizermos que um(a) jovem não é plenamente desenvolvido neste quesito. Isso explica a irresponsabilidade que lhes é inerente, com algumas exceções. É difícil um adolescente conseguir um primeiro emprego, justamente pela sua imaturidade comportamental, decorrente da sua imaturidade neurológica. Descobri isso empiricamente, ao solicitar ao meu sobrinho que construisse um site para mim. No dia em que estávamos discutindo essa possibilidade, ele parecia empolgado e "comprometido". Na semana seguinte havia esquecido tudo que tínhamos combinado. Frustrante. Assim se sentem os pais, a ponto de exclamarem "aborrecência." O desenvolvimento do córtex pré-frontal, responsável pelo planejamento e controle dos impulsos ainda está incompleto, sendo apenas concluído no final da adolescência. Por outro lado, infelizmente, o sistema límbico, responsável pelas emoções e afetos, está hiperativo, levando a um desbalanço neuroquímico, com  consequente comportamento de risco, frequente nessa fase, como envolvimento com drogas, direção perigosa, sexo sem proteção, rebeldias e irresponsabilidades múltiplas. O adolescente é uma criança com energia de adulto e com acesso a "brinquedos perigosos". Essa combinação é explosiva.

Esse desbalanço neuroquímico intensifica reações que parecem ridículas para um adulto. Vejamos o exemplo de Márcia, que foi internada no Pronto atendimento, por tentar se matar ingerindo bebida alcoólica e remédios para dormir. Antônio, seu namorado, a deixou para "ficar" com outra. Essa "tragédia" provocou o fim do mundo( e eles sentem assim), "não vale mais a pena viver", " a vida perdeu o sentido"( nem começou a ter um sentindo, tamanho o caos neurológico e psicológico). Portanto, a escolha impulsiva leva a uma tentativa de suicídio. Muito(as) cortam os pulsos. Cabe lembrar que a perda desse amor aconteceu depois de longos três meses de namoro. Nessa fase, de incapacidade neurológica ou capacidade parcial, muitos adolescentes, geneticamente predispostos, sucumbem à depressão e  à ansiedade.

A maioria dos adolescentes ultrapassa esse "inferno vital" de maneira relativamente tranquila. Outros caem em armadilhas das quais nunca mais se recuperam. Os que conseguirem sobreviver à adolescência, terão a oportunidade de remodelar o cérebro, ampliando as habilidades neuronais e a aprendizagem, tornando-se adultos responsáveis, independentes e socialmente competentes.

As Armadilhas no Caminho

Juntamente com o desenvolvimento de algumas regiões cerebrais adormecidas, a adolescência traz uma alteração no funcionamento do Sistema de Recompensa Cerebral, que sofre um processo de hipoativação. O resultado é bem conhecido: abandono das brincadeiras infantis, impaciência, busca de atividades arriscadas, preferência por novidades e tédio. Nem mesmo adultos entediados lidam bem com esse estado emocional, imaginem adolescentes "descerebrados". Por um lado a busca de outros caminhos estimula a  uma maior autonomia, independização dos pais e identificação com outros modelos sociais( tribos). Por outro lado, na espera dos 10 anos que ainda faltam para uma completa finalização cerebral, muitos adolescentes se envolvem com drogas e fazem outras escolhas equivocadas. Enfrentam o mundo adulto com ferramentas ainda frágeis e um repertório mental e social em desenvolvimento. Por exemplo, a empatia, que pode ser traduzida como a capacidade de "se colocar no lugar do semelhante, entendendo os seus dilemas e ideias", é falho no adolescente, que permanece autocentrado, em  defesa de causas socialmente reprováveis. Quem olha para o próprio umbigo, não liga para as consequências de seus atos, muito menos para o desconforto que causa nos outros. Nessa onda, estão as marchas a favor de coisas danosas para sociedade e prazerosas para si mesmos, como a liberalização da maconha. Imaginem como vai ficar o cérebro adolescente que fuma maconha nessa fase delicada do desenvolvimento cerebral. Já pensaram? 

Neste momento, cabe aos pais, aos professores e aos modelos de comportamento responsável prover esses adolescentes com informações adequadas dos riscos de suas escolhas. Mais do que informação é necessário engajá-los em ações produtivas, como estudo e trabalho disciplinado. Para que o tédio não seduza através do uso de drogas para hiperexcitar o sistema de recompensa, precisamos conquistar os adolescentes por outros caminhos mais saudáveis. Neste momento, a desocupação acadêmica e laborativa associada à superproteção dos pais, que dão tudo e não exigem nada, leva a um risco de desvio comportamental aumentado. 

A adolescência é uma transição. Diante de encruzilhadas, jovens acertam e jovens erram. Os que erram pagam um preço alto demais pelo descuido. Morrem precocemente. Abandonam os estudos. Convertem-se em fardos para seus familiares. Tornam-se dependentes químicos irremediáveis e irrecuperáveis, trilhando um caminho sem volta. O índice de recuperação de drogas é baixíssimo. E nessa correnteza infeliz se vãos os potenciais e sonhos de uma vida inteira. Os pais transformam-se em  escravos de tentativas repetidas para salvar seus filhos, mas não conseguem. O cérebro que tinha a chance de se desenvolver torna-se atrofiado pela ação de drogas que destroem os neurônios e impedem o amadurecimento de áreas cerebrais nobres. As consequências sociais são desastrosas. E os adolescentes bem-sucedidos precisam agora pagar o preço direto e indireto pelas escolhas dos adolescentes mal-sucedidos. Um mundo muito desigual, que explica parte da insanidade  em que vivemos no planeta Terra.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Inteligência importa para alguma coisa?

Uma das grandes descobertas da psicologia no século XX foram os testes de QI.

Eles são atualmente muito criticados por outros pesquisadores, que desprezam a sua importância na vida prática. O que os testes de QI medem realmente? Eles medem uma gama de operações mentais, que juntas determinam um valor comparativo entre as pessoas que compõem a população geral. Vamos mostrar que os testes de QI continuam tendo valor na determinação de resultados cotidianos.

Uma parcela da população minimiza a importância da inteligência mensurada pelos testes de QI. Essa visão está relacionada com tentativas de justificar o seu próprio desempenho em testes de QI. Outros, apoiados por psicólogos que estudam alternativas a esses testes, relembram que os testes são inacurados, pois avaliam habilidades verbais e matemáticas, o que seria incompleto, já o indivíduo é muito mais complexo que essas habilidades isoladamente.

Em resposta aos testes tradicionais de QI, o psicólogo Howard Gardner, de Harvard, teorizou a existência das inteligências múltiplas. Assim, você é inteligente em pelo menos um domínio por ele estabelecido. Pode ser inteligente em matemática, em música, em relacionamentos humanos, em autoconhecimento, enfim, variantes que ficavam excluídas das avaliações puramente convencionais. Essa teoria é válida, mas sabemos que pessoas inteligentes, geralmente o são em vários domínios. Esse conceito ficou conhecido como inteligência geral, ou fator G. Abaixo desse componente global, cada pessoa teria um desempenho específico variável, melhor ou pior.

Toda essa introdução é para dizer que os testes de QI ainda continuam vivos. Eles são usados agora como marcadores de resultados como saúde, renda e longevidade.

Sim, inteligência importa para muitas coisas. E nunca é tarde para elevar o seu QI. Existe uma margem de 50 % para a sua elevação, através do aprimoramento cognitivo.

Veja abaixo a importância do QI:

__ A longevidade de uma pessoa depende do QI, pois ele determina o estilo de vida saudável, como evitar o tabagismo e outros comportamentos, menor risco de desenvolver transtornos psiquiátricos como depressão e transtornos de personalidade.
__ Envolvimento com acidentes, doenças cardiovasculares e suicídio estão diretamente relacionados com QIs mais baixos. Homens com QI baixo envolvem-se em brigas 8 vezes mais e possuem maior risco de morte precoce por violência.


sábado, 14 de janeiro de 2012

Uma Mente Brilhante

A recomendação do filme da semana é " Uma Mente Brilhante"( 2001) , que conta a história de John Nash, o matemático ganhador do prêmio Nobel de Economia pela sua teoria dos jogos.

O filme  aborda  a doença esquizofrenia, onde o personagem apresenta alucinações visuais e delírios. Na vida real, a esquizofrenia costuma ocorrer no final da adolescência, atingindo mais homens que mulheres e se manifesta  através de alucinações auditivas, que eram as que John Nash tinha na vida real. Uma em cada cem pessoas desenvolve esquizofrenia em algum momento da vida.
Quem não assistiu, assita. Quem assistiu, assista novamente.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

A Vida Cerebral começa aos 50 anos

Se a vida começa aos 40, a do cérebro começa aos 50 anos. A neurociência está comprovando que o cérebro fica melhor com o tempo. Obviamente estamos falando de cérebros sadios, sem doenças em curso, que foram protegidos de agressores internos e externos, que foram cultivados pelos seus donos. Foi-se a época em que as pessoas se resignavam com a perda cognitiva, como se fosse inevitavelmente inerente ao envelhecimento. Atualmente inúmeros trabalhos científicos comprovam que pessoas entre 40 e 65 anos apresentam os melhores desempenhos em testes cognitivos. O pico de performance é a partir dos 50 anos. Depois dos 65 anos há um relativo declínio, mas as principais funções cerebrais permanecem intactas.

Numa série de testes cognitivos- que medem as funções mentais superiores como inteligência, atenção, planejamento, memória e decisão- os idosos pontuaram melhor que pessoas mais jovens. Parece que os anos investidos na saúde cerebral constroem e modelam um cérebro mais eficiente, com sabedoria para decidir melhor e errar menos. Os jovens, por outro lado, conservam a velocidade cognitiva, isto é, rapidez de resposta, mas erram mais do que as pessoas de meia idade. 

O cérebro, mesmo depois dos 50 anos, continua a produzir novas conexões neuronais, principalmente em áreas da memória ( hipocampo) e córtex pré-frontal( centro da razão). Outra grande vantagem do "envelhecimento" é a bilateralização. O cérebro adquire a capacidade de promover uma melhor fluência de comunicação entre os dois hemisférios cerebrais, através de uma estrutura anatômica chamada corpo caloso. Em idade mais tenra, essa bilateralização é menos eficaz, havendo uma preponderância de funções. Apesar dos dois hemisférios sempre trabalharem juntos, há uma preferência de sinalização neuronal, dependendo das tarefas executadas.

Não adianta mais a velha justificativa de que idoso não pode mais render intelectualmente, que só resta aposentar-se,  que a perda de memória é causada pelo envelhecimento. Sabemos que os idosos com perda de memória e outros compromentimentos cerebrais, com manifestações mentais, têm alguma condição patológica subjacente. Nesses casos, o diagnóstico precisa ser feito e o tratamento prescrito, devolvendo o paciente ao estado pré-mórbido.

Os jovens possuem um potencial cerebral latente, mas isso não significa que converterão essa juventude cerebral em superioridade nas funções mentais superiores. O cerebro precisa de conteúdo, além das funções intactas, e isso se adquire com os anos de experiências e experimentação. Os jovens não concluem o desenvolvimento cerebral, principalmente do córtex pré-frontal, até o fim da adolescência. Isso os deixa vulneráveis a reações impulsivas e escolhas insensatas. A partir dos 50 anos, quem cultivou a saúde cerebral, pode administrar melhor as emoções, não caindo em armadilhas temperamentais da juventude. Os idosos também chegam mais rápido que os jovens à essência dos tópicos, economizando tempo.

Segundo a revista americana de ciência PNAS, os ganhadores do prêmio Nobel têm a sua ideia brilhante cada vez mais tarde. Na Física, a idade média subiu de 37,2 anos para 50,3 anos. Os cientistas precisam estudar muita coisa, ao longo de anos, antes que consigam descobrir algo novo.

A ideia equivocada  de que a partir dos 27 anos as pessoas entram em declínio cognitivo refere-se apenas à fisiologia cerebral, pela  menor velocidade de transmissão neuronal . Mas a velocidade não é tão importante assim. A velocidade é importante em algumas situações que exigem reflexos e respostas rápidas. Excetuando situações, como dirigir carros e  controlar o tráfego aéreo, a maioria das demandas exige boas respostas ao invés de respostas rápidas. Inteligência é responder melhor através de fazer  melhores perguntas.

Numa sociedade em que os jovens se intoxicam com álcool e drogas numa fase decisiva de conclusão da poda neuronal, supomos que o potencial latente ficará aquém do potencial alcançável. Sabemos que usuários "leves" de canabbis( 10 cigarros/mês) ficam em último lugar em desempenho acadêmico quando comparados com seus pares que não usam. O uso de cigarro ( industrial ou de maconha) produz a queda no QI( quociente intelectual) por diminuir o fluxo sanguíneo que oxigena os neurônios.

Quem terá mais potencial cognitivo- um jovem que se entorpece com drogas ou um indivíduo de meia idade que preserva o seu cérebro com hábitos saudáveis de vida?

Esses trabalhos lançam luz e otimismo sobre o futuro da saúde geriátrica. As pessoas , ao protegerem seus cérebros, podem conservá-los ativos até o fim da vida. Entre as práticas salutares para a saúde cerebral estão:  atividade física regular moderada, o consumo de ômega-3, encontrados em peixes, a socialização em ambientes alegres e positivos, o treinamento cognitivo( ginástica cerebral) através de leituras, palavras cruzadas e softwares de treinamento. O abandono do uso de substâncias de abuso, como álcool, drogas e açucar, a busca de novas experiências e o cultivo da curiosidade construtiva também são altamente benéficos.

Em 2007 comecei a "treinar" as minhas funções cognitivas no site mybraintrainer. Lá tive excelentes performances e até estabeleci  pontuações que me classificaram entre os primeiros colocados em diferentes testes. Depois esqueci do site por uns 4 anos. Recentemente voltei ao ele para relembrar os velhos ( novos ) tempos e tive uma surpresa. Nos testes em que a velocidade de resposta "deveria" cair, eu quebrei o meu próprio recorde! Fiquei mais rápido depois de ter envelhecido 4 anos! A única função cerebral que sabidamente declina, no meu caso, aumentou! Aí está a prova de que as pesquisas não mentem!

Aproveite, cultive o seu cérebro e pare de culpar a idade. Nunca é tarde para atingir a melhor idade, a do seu cérebro. Lembre-se, a vida cerebral começa aos 50 anos!

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Megasena


A recomendação de leitura da semana é O Andar do Bêbado, de Leonard Mlodinow.

Você acredita que pode ganhar na megasena?

Você culpa o técnico pelas derrotas de seu time?

Você acredita que o desempenho de uma pessoa melhora depois que ela é elogiada ou repreendida?

Este livro aborda a influência da aleatoriedade nas nossas vidas. Muitas crenças, difundidas pela cultura, são falsas crenças. Esse livro é uma injeção de realidade na maneira como enxergamos o mundo, diminuindo as distorções perceptivas e as distorções de pensamento.
Você acredita que pode acertar os números da megasena através da identificação de padrões? E se esses padrões forem aleatórios? Que estrategias poderia aplicar para melhorar as suas chances nesse oceano de acaso?

Você acredita que os sonhos premonitórios podem lhe fornecer os números premiados? Veja a resposta no pé da página.

Durante um ano estudei " as ferramentas" para ganhar na megasena. Desde táticas e aconselhamento dos "especialistas" até a utilização de softwares e não ganhei nada! Num site de apostas online, verifiquei que um bolão com mais de 12000 jogos de 7 números conseguiu ganhar a quadra. Cada cota do bolão custava R$ 3000 reais! Ao ler o livro  O Andar do Bêbado entendi muitas  explicações dessa aleatoriedade em jogos. A verdadeira especialista em megasena parece ser mesmo a matemática, através das probabilidades.

Resposta: ..." Alguns anos atrás, um homem ganhou a loteria nacional espanhola com um bilhete que terminava com o número 48. Orgulhoso por seu 'feito', ele revelou a teoria que o levou à fortuna. Sonhei com o número 7 por 7 noites consecutivas, disse, e 7 vezes 7 é 48".( trecho do livro- Prólogo)


segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Creatina aumenta a Inteligência


A creatina, um ácido orgânico nitrogenado, presente em vertebrados, ajuda a suplementar energia em todas as células do corpo, primariamente os músculos. Essa atividade é produzida pela formação de ATP( adenosina de Trifosfato), uma unidade de energia. Ela é utilizada por atletas e frequentadores de academias para aumentar a massa e a força muscular. 


Descobertas publicadas em 2008 demonstram que o consumo de 5 gramas de creatina por dia também produz benefícios em nível cerebral, aumentando a reserva cerebral em 9 gramas, depois de 6 semanas de uso, o que incrementa a inteligência fluida em 40 %. A inteligência fluida é o tipo de inteligência envolvida no raciocínio lógico, na descoberta de soluções originais para problemas. Este tipo de inteligência é importante para o processo de inovação em diferentes áreas do conhecimento humano.

Recomenda-se evitar o consumo acima do valor diário, para não sobrecarregar a função renal. Para quem quiser turbinar a sua inteligência, ou melhorar a performance no vestibular, concursos ou atividades físicas e mentais extenuantes, o uso de creatina associado com o exercício N-Dual Back está indicado.

Livro acerta previsões


Nunca li um livro do neurologista Antônio R. Damásio, até ontem.

Surpreendentemente, no seu livro mais recente, " E o cérebro criou o Homem", descobri que a Fórmula da Inteligência, ensinada no meu livro " As Duas Inteligências", acertou as previsões no tema Consciência, capítulo 14, página 95.
Isso demonstra a funcionalidade da fórmula, sem nenhuma "contaminação" de resíduos de leitura, diretamente do maior estudioso em consciência da atualidade.
Incrível!

Tenho recebido "feedbacks" positivos de intelectuais, alguns bastante rigorosos, como religiosos e professores universitários. Não pretendia despertar esse interesse, apenas contribuir em nível local. Quando recebo esses comentários, falando da "coerência" da minha abordagem, o que suscitou mais concordância do que discordância, acredito mais e mais na utilidade da FÓRMULA DA INTELIGÊNCIA, que tenho aplicado na minha vida com resultados excelentes! Você também pode. Ter essa ferramenta disponível aumentará a sua inteligência.

Vamos aos trechos plenamente compatíveis entre a análise produzida pela  FÓRMULA DA INTELIGÊNCIA  e pelas pesquisas do Dr . Damásio.

No livro As Duas Inteligências: " A consciência é integração de todas as funções mentais. E as funções mentais dependem de diferentes regiões cerebrais...  Seguindo na leitura, na exclusão das hipóteses falsas( terceiro componente da fórmula) " a consciência está em algum  lugar específico? Não. Esse trecho é apenas uma amostra. O capítulo segue acertando outras previsões.

No Livro  E o cérebro criou o Homem: ..." O produto final da consciência provém desses numerosos locais do cérebro ao mesmo tempo, e não de um local específico, do mesmo modo que a execução de uma obra sinfônica não resulta do trabalho de um único músico, e nem mesmo de toda a seção da orquestra."

As pessoas que leram o livro, concordam que as conclusões são coerentes. O passo seguinte é cada um começar a concluir por si mesmo, através da aplicação dos passos consecutivos da FÓRMULA e acertar as próprias previsões.Quanto isso é relevante neste mundo caótico? Entre outros temas interessantes, o livro aborda : Casamento, Ética, Comunicação, Dinheiro, Realização de Sonhos, Perturbação Mental, todos escrutinados pela aplicação da FÓRMULA DA INTELIGÊNCIA, o que elimina meras opiniões e leva a conclusões verdadeiras.