quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Melhor Livro para 2 de Janeiro de 2012

A recomendação de leitura para o início de 2012 é : O QUE ATRAIU WARREN BUFFETT, de Barnett C. Helzberg, Jr., um guia para construir empresas e carreiras de sucesso.

Sabe aqueles livros recheados de ouro puro em todas a páginas, sem nenhuma repetição ou lugar comum?

Quando vou ao shopping Center e peço Pizza Hut, me delicio com cada pedaço  e o paladar agradece horas depois. É a única pizza que vale o seu preço. Algumas leituras são assim! Não há nenhum pedaco "borrachudo".

O preço do livro custa : 15 centavos por página. Ouro mais barato não existe! Aproveite.

Mudanças no Blog para 2012

Atendendo aos pedidos dos leitores  através das visitas recebidas no ano de 2011, vamos implementar mudanças no blog a partir de 2012.
O textos serão mais curtos, o enfoque principal será a INTELIGÊNCIA, com questões a ela relacionadas indiretamente, sejam avanços no seu estudo e aplicações práticas de descobertas do seu funcionamento e aprimoramento.
Esporadicamente abordaremos assuntos diversos para enriquecer o contexto do blog.
As mudanças já começaram AGORA.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Mensagem de Fim de Ano

Nossa jornada começou em 2009 e já tivemos milhares de visitantes, sempre curiosos acerca de temas  relacionados à  inteligência, com o intuito de aprender e receber informações atualizadas sobre assuntos de natureza intelectual.

Este blog tornou-se uma referência na internet, tendo despertado curiosidade de leitores em todas as partes do Brasil, suscitando a troca de experiências pessoais e possibilitando a elaboração  do livro " As Duas Inteligências", que tem recebido ótimas avaliações por pessoas respeitadas.

 O reconhecimento mais importante é a sua audiência, leitor visitiante, e isso nos encoraja a continuar contribuindo como um canal de divulgação de conhecimento e fomentação do pensamento livre, para que mais pessoas tenham acesso aos seus potenciais pessoais, através do treinamento da Inteligência. E a informação bem comunicada é o melhor instrumento para esse fim.

Conclamo a todos os leitores e amigos do Brasil para continuarem participando do nosso blog, e renovamos o compromisso de empreender os melhores esforços para honrar a atenção e apoio recebidos nesses dois anos. Somos um bebê, que se mostra em pleno crescimento, além das expectativas sonhadas no início.

Feliz Natal e Próspero Ano Novo!!








domingo, 11 de dezembro de 2011

Ignore os Críticos e "Enquadre" os Abusadores

Hoje vamos falar de dois grupos de indivíduos: os críticos e os abusadores.

A FÓRMULA DA INTELIGÊNCIA demonstra que nenhum dos dois representantes contribuem para a evolução da humanidade. Portanto, mostraremos que as duas ações eficazes no tratamento deles são: ignorá-los ,enquadrá-los ou ambos.

Aprofundemos a compreensão dos termos antes de discordarmos ou concordarmos, através da Percepção Acurada(Pa).

Crítico= adj (gr kritikós)  que tem tendência para censurar; indivíduo que acha defeitos em tudo; maldizente

Crítica= Apreciação desfavorável. Censura, maledicência.  Crítica pessoal: a em que se trata mais do autor que da obra.

Abusador= Que, ou o que abusa. Que faz pouco caso, que ridiculariza.

Abusar= (lat abusare)- Cometer abusos, desregrar, exorbitar, prevalecer-se de alguém ou de alguma coisa, usar mal, enganar, faltar à confiança, prevaricar, desonrar, estuprar, acanalhar, ridicularizar.

Enquadrar= Pôr em quadro. Emoldurar, encaixilhar. Dispor no respectivo quadro. Adaptar, ajustar.  Tornar quadrado.


Na vida, se queremos vivê-la na sua plenitude, aproveitando e desenvolvendo todo o nosso potencial, vamos topar com indivíduos cujo passatempo predileto é enxovalhar a reputação dos outros. As únicas respostas cabíveis para esses indivíduos críticos e abusadores são: ignorar ou enquadrar. Outras respostas são ineficazes, desgastantes e uma perda de tempo e energia.

Os Indivíduos críticos e abusadores a que nos referimos estão destacados em negrito nas definições fornecidas pelo dicionário Michaelis. Atenha-se a elas para uniformizarmos nossa conversação.

Indivíduos críticos tem a tendência( contínua) de atacar as pessoas em" pele de cordeiro". Escondidos em "boas intenções", agem no intuito de achar defeitos em tudo, para ridicularizar as pessoas e suas ações. Neste caso específico não há , em nenhum segundo, uma intenção verdadeira de contribuir para quaisquer melhorias e aprimoramentos acerca do ponto em questão. Diferentemente dos críticos de temas científicos , artísticos e literários, que precisam ter conhecimento fundamentado, para emitir opiniões, os críticos "tupiniquins" executam críticas pessoais.

Se você deseja prosperar no seu campo pessoal, profissional ou relacional, faça um favor a si mesmo, ignore-os. Eles se multiplicam mais do que baratas em buracos. Achatá-los com outras críticas não os fará pararem com a sua missão peçonhenta. Ignore-os. Ignore-os. Ignore-os. E prospere cada vez mais até que eles desistam de você e comecem a perseguir outras vítimas.

Mas não há uma pontinha de verdade nas críticas? Se há, não nos interessa, porque existem maneiras mais sensíveis e diplomáticas de assinalar as coisas na convivência humana. Se alguém não sabe como falar, perde o direito de falar sobre algo, pois desperdicou a chance de conquistar a atenção de maneira civilizada. E no caso aqui, repito, não há intenção positiva, apenas destrutiva. Muitas pessoas ficam tão abaladas com críticas que desistem de seus sonhos, calam-se quando deveriam falar, fogem quando deveriam vencer.

Que tal as seguintes frases: "Você um imbecil."  ou "que lixo de projeto, quando você perdeu a inteligência para me apresentar essa porcaria?". Percebem a agressão direta e pessoal?

Indivíduos abusadores exorbitam, prevalecem-se de alguém ou de alguma coisa, usam mal, enganam, faltam à confiança, prevaricam, desonram, estupram, acanalham, ridicularizaram.

Incidentalmente ou concomitantemente, indivíduos críticos e abusadores são os mesmos!

Alçados a uma condição de "poder" posicional, na figura de chefes ou superiores hierárquicos, abusam do poder para exercer a crítica. Eles são os abusadores-críticos. Enquadre-os. Enquadre-os. Enquadre-os.

Enquadrar é colocá-los no lugar. Pessoas abusadoras exorbitam( saem de órbita), isto é, perdem a noção dos limites e invadem o quadrado dos outros. Portanto, precisamos devolvê-los ao seu quadrado, demonstrando os limites que nos separam de maneira inequívoca. Podemos interromper qualquer abuso de várias maneiras: denunciar à presidência da empresa, denunciar à justiça, se houver danos morais e materiais, responder de maneira firme que  não vai tolerar a repetição desse tipo de comportamento. Existem diferentes estratégias, mas todas equivalem ao enquadramento.

Indivíduos críticos e ou abusadores são maléficos para a humanidade. Não vão mudar, a não ser que possam corrigir a sua involução pessoal, através de métodos terapêuticos, a que recorram espontaneamente( vocês acreditam em papai Noel?). Isso é mais improvável do que ganhar na megasena. Há pessoas tão enturbuladas mentalmente, por imaturidade ou por doenças mentais, que podem melhorar através de tratamentos. Isso somente quando não se tratar de um transtorno arraigado na estrutura de personalidade.

Portanto, a FÓRMULA DA INTELIGÊNCIA demonstra que indivíduos críticos e abusadores precisam ser ignorados e enquadrados repetidamente para que cada pessoa, que não faça parte de seu grupo maléfico, possa prosperar, evoluir e contribuir para o avanço da humanidade. Ignorar e enquadrar visa à defesa e à manutenção do equilíbrio, para a continuidade de projetos construtivos, não à correção improvável desses indivíduos.
















segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Mentiras, Modismos e Atrocidades

Leia as frases abaixo:

" Mais médicos fumam Camel do qualquer outro cigarro."
" Cuide de sua saúde, fume Chesterfield".

Nesta semana, recomendo que leiam a revista Superinteressante especial, com o título Os Maiores Erros da Humanidade.

As frases acima eram propagandeadas nos comerciais de TV entre as décadas de 20 e 50, pelas indústrias de tabaco, para disseminar o uso do cigarro. O absurdo de ver médicos como garotos-propaganda da maior causa evitável de morte como sabemos atualmente soa como absurdo. O cigarro era recomendado para ansiedade, problemas digestivos e  até dor de garganta, entre outras invenções da propaganda. Imaginem que o presidente Lula desenvolveu câncer de laringe provavelmente pela associação do álcool e do tabaco. Olhando os equívocos do passado, ficamos impressionados com a incapacidade humana para perceber e o risco consequente de produzir erros grosseiros a ponto de colocar a saúde e a vida das pessoas em perigo.

No meu livro As Duas Inteligências , enfatizo a aplicação da FÓRMULA DA INTELIGÊNCIA, que engloba o aumento da percepção, para entender  o máximo possível  acerca de qualquer assunto, desde os mais simples aos mais complexos. Quanto maior a capacidade perceptiva de uma pessoa, maior a sua chance de visualizar o quadro geral e com isso tomar decisões inteligentes. Além da Percepção Acurada( PA), outro componente da fórmula é a exclusão de hipóteses falsas e da trapaça, pois essas distorções auto ou heteroimpostas levam a um resultado falso e até trágico. No caso das indústrias de tabaco , a situação incluiu a falta da percepção( ausência de dados  suficientes sobre os malefícios do cigarro), a trapaça( interesse econômico de vender cigarros em detrimento de qualquer suspeita de risco) e a geração de hipóteses falsas: o cigarro não faz mal à saúde e até tem propriedades terapêuticas.

Outro capítulo lamentável da história da Medicina foi a disseminação da Lobotomia pré-frontal entre os anos 1936 e 1978. Um psiquiatra português, Egas Moniz, chegou a receber o prêmio Nobel de Medicina pela "descoberta." Através de uma técnica monstruosa, um quebrador de gelo era introduzido por um incisão debaixo da pálpebra, na região orbital, em com o auxílio de um martelo,  cortava as conexões do lobo pré-frontal( sede da inteligência, raciocínio lógico, planejamento, controle de impulsos) com outras regiões cerebrais, transformando a vítima num "vegetal-zumbi". Nem mesmo a  irmã do presidente americando John Kennedy escapou. Depois da cirurgia, passou a viver em estado vegetativo. O que leva pessoas a cometerem atos atrozes como esse em nome de uma pseudociência? Por trás dessa proliferação de lobotomias havia um psiquiatra chamado Walter Freeman, que na sua peregrinação lunática, operava pessoas em qualquer lugar, em quartos de hotel, a bordo de uma van,"o lobotomóvel", sem assepsia alguma. A sociedade tentou controlar a doença mental subjugando os "desajustados" ao interesse social.

Outro capítulo tragicômico foi o procedimento que vigorou durante 2500 anos, da antiguidade ao século 19. Tratava-se da sangria. Mesmo hipócrates, o pai da Medicina, acredita nos poderes "curativos" da sangria. Ela foi indicada para febre, dores de cabeça, pneumonia, infecções. Outra figura histórica, o presidente americano George Washington( 1732- 1799), teve  dois litros drenados de seu corpo, além de ter que inalar vinagre, água, tomar indutores de vômito, depois de uma dor de garganta. A perda de sangue provavelmente o levou à morte por choque hemorrágico. Nas suas palavras " acho que estou indo embora, minha respiração não vai durar muito tempo". E sem 40 % do sangue necessários para vida depois da sangria, ele obviamente morreu.

Essa mesma onda de mentiras, modismos históricos e culturais e atrocidades estão registrados na história não apenas na Medicina, mas na ciência, tecnologia, engenharia, economia, meio ambiente  e outros.

A visão massificada é superficial, o que impede a investigação aprofundada da maioria dos temas relevantes para nossa sobrevivência. A pessoa mediana adquire o seu "conhecimento" de fontes pouco confiáveis, enviesadas, como a televisão e revistas sensacionalistas. O acesso a informações verdadeiras fica impedido por interesses governamentais e de grupos diversos. O desleixo intelectual, o desinteresse por buscar a verdade e não mentiras convenientes, leva a um mundo alienado, onde poucos dominam a maioria.

Sabemos que as crenças irracionais exercem um poder avassalador sobre as pessoas vulneráveis. Podemos ver isso nos fundamentalismos religiosos, nas seitas de fanáticos, nos atos horrendos acima enumerados. As crenças irracionais despertam o medo do desconhecido, e a mente paralisa, perdendo a capacidade de pensar. Assaltada por sentimentos contraditórios entra em "dissonância cognitiva" e perde temporariamente a capacidade de entender o que realmente está acontecendo. Neste vácuo mental, a primeira ideia, gritada por uma voz messiânica ou mais forte, toma assento na cabeça das pessoas e dificilmente conseguimos removê-la com o apelo da razão. Essas ideias arraigadas transformam seres potencialmente racionais em idiotas, com comportamentos danosos para si e para a humanidade.

Leia as suposições abaixo e reflita profundamente:

_ A Terra é plana.
_ A Terra é o centro do Universo.
_ A Psiquiatria é para tratar loucos.
_ Não há nada mais rápido do que a velocidade da luz.
_ Os neurônios não se regeneram.
_ O eletrochoque é um tratamento desumano.
_ Os antidepressivos viciam.
_ Seres extraterrestres são invenções da cabeça de malucos.

A preguiça mental é bem-vinda num mundo onde poucos dominam muitos, pela fomentação da ignorância generalizada. Vivemos no nosso pequeno microcosmos, mas somos detentores de uma habilidade maltrada no decorrer dos milênios: a capacidade de pensar , percepcionar, excluir falsidades , mentiras e enxergar interesses ocultos no "status quo" mundial. Na medida em que  mais pessoas ousarem enxergar além das meras aparências implantadas no inconsciente coletivo, poderemos promover uma revolução no futuro desse planeta.






sábado, 26 de novembro de 2011

Passividade, Agressividade e Assertividade

Na caminhada rumo ao amadurecimento, mais do que à velhice, existem três processos evolutivos na comunicação humana. Dentro de um espectro imaginário, observamos três respostas frente às demandas humanas. Quando somos solicitados a participar de qualquer processo comunicativo, situamo-nos em algum ponto desse espectro no que concerne à modalidade preponderante de comunicação. Esses pontos não são absolutos nem estáticos, podendo deslocar-se de maneira bidirecional, sofrer fixações e regressões de acordo com cada circunstância ou contingência.

Quando nascemos e começamos o nosso desenvolvimento físico e mental, somos criaturas indefesas do ponto de vista biológico, totalmente dependentes dos pais ou cuidadores. Esse estado, a neotonia, intrinsecamente se caracteriza pelo estado de passividade. Passividade é aceitar-se , sabendo ou não sabendo, como efeito total ou parcial de causas externas ou internas. As causas externas podem ser tão frequentes quanto a imposição da vontade autoritária dos pais ou professores ou a coerção aplicada pelas leis. Todos somos , em algum grau, subjugados por forças externas à nossa vontade. Na infância o estado de necessidade primária é tão grande, que a passividade é absoluta. Não há a livre escolha delineada pelo juizo crítico, ausente nesta fase de desenvolvimento neurológico. Podemos supor que resquícios de vontade sobressaem na forma de choro, birra, inquietação, sorrisos, gestos diversos, mas a incapacidade de expressar a comunicação de maneira clara e inequívoca, mantém a criança refém da escolha alheia. O avançar da idade amadurece a capacidade de comunicação verbal e a criança começa a verbalizar a sua vontade. Neste momento, o estado de passividade absoluta cede espaço para a passividade parcial. Seguiremos a vida inteira num equilíbrio dinâmico entre a passividade absoluta e parcial, bem como destas com as outras respostas do espectro.

A seguir ocorre uma transição da passividade absoluta para a passividade parcial, através de uma comunicação " aos trancos e barrancos", numa tentativa de libertar-se  dessa passividade, tornando-a menos e menos parcial. Esta libertação relativa ocorrerá durante toda a existência. Toda transição se faz de maneira mais ou menos sutil. O subproduto dessa transição é o incremento de uma outra etapa do processo maturativo da comunicação. Enquanto tenciona libertar-se da passividade, o indivíduo transita pela a agressividade. Essa falta de tato e modulação, faz explodir reações dissonantes frente aos estímulos do meio ambiente, com respostas exageradas aos desafios, na forma de agressividade. Ao apertar o botão do novo, do desconhecido, a força não conhece um referencial justo. Portanto, a força manifesta-se sem rédeas e sem disciplina. A força subjuga o indivíduo e ele se sente culpado por ter " reagido demais" num situação que poderia ter "reagido de menos". Quem sabe dirigir um carro, entende esse mecanismo inerente à aprendizagem. Quando uma pessoa está aprendendo a dirigir, ela solta a embreagem de soco e o carro apaga. A comunicação, exatamente como dirigir, é um habilidade que se aprende , se treina e se pode dominar. O segredo é a prática. Por isso, o seguro de carro de adolescentes custa mais caro.

O terceiro ponto do espectro chama-se assertividade. Esta habilidade significa "falar a coisa certa, no momento certo, da maneira justa e com a força proporcional à necessidade de resposta a uma demanda." Ser assertivo , portanto, é atingir um estado de arte na comunicação. A presença da força necessária  que não distorce a verdade, o enfoque que  ressalta a justiça e mantém a elegância, evitando caminhos sinuosos e desperdiçadores, chama-se assertividade. É um estado de arte, porque é uma obra-prima. Toda obra-prima não nasce pronta,  não é passiva. Toda obra-prima não vinga na tessitura da agressividade, com os seus excessos e a sua deselegância. Uma obra-prima é o resultado da maestria de uma habilidade. A assertividade é a obra-prima da comunicação. Quem objetiva comunicar-se bem, precisa alcançar um ponto de equilíbrio neste ponto exato do espectro. Desenvolver a habilidade de ser assertivo é a diferença entre o êxito e o fracasso nas relações humanas.

A vida no seu dinamismo não aceita respostas decoradas. As situações mudam e as respostas não são mais aquelas do gabarito de ontem. Você vai conhecer um pseudocomunicador. Ele carrega respostas prontas, decoradas. Ele é um vendedor profissional. O problema é que todo mundo enxerga um vendedor profissional e não compra nada dele, pois ele não é confiável. Afinal de contas, ele quer vender alguma coisa para o seu próprio e único benefício, não é mesmo? Então ele não está interessado na verdade, mas na  tentativa espúria de fugir com o seu dinheiro. Assertividade é uma arte do momento, que precisa mobilizar variantes do aqui e agora e providenciar respostas adequadas. Ser assertivo não é fácil, mas vale a pena. Ser assertivo é arriscar-se a errar de maneira genuína e, no processo, acertar cada vez mais. No início ,ser assertivo parecerá estranho, pois você não sabe o quanto pode melhorar. Geralmente situações tensas, que envolvem os sentimentos mais mesquinhos e torpes do ser humano, eclodem e a assertividade é o bálsamo imperativo para a cura. Você pode fugir, reagir ou interagir.

Fugir é uma resposta passiva a princípio. Mas se escolhida livremente pode ser uma resposta assertiva. Há situações tão insignificantes que não vale a pena ficar até o final da festa. Sabemos que só restarão ressaca e dores de cabeça.

Reagir é um resposta agressiva a princípio. Excetuando situações de risco, reagir é uma resposta pouco inteligente no âmbito das relações comunicativas. Agressão afasta os proponentes da comunicação.

Interagir é uma resposta assertiva. Interagir é estar envolvido na comunicação com o propósito de encontrar o verdadeiro, o justo, o real, o adequado para um situação que surgiu no aqui e agora. Não adianta ir para casa e descobrir "as respostas na ponta da língua" depois de algumas horas. O aqui e agora virou passado.

Assertividade é uma habilidade escassa. Precisamos de pessoas que falem da maneira mais adequada no momento necessário, quando os maus e os ignorantes calaram. Assim estamos promovendo a comunicação na sua mais bela intenção: trocar experiências, não roubar experiências dos outros, nem distorcer a percepção. Infelizmente o mundo , no seu funcionamento cada vez mais mundano, negligencia a assertividade e expande a passividade e a agressividade. Cabe a cada um de nós estar preparado para exercer essa habilidade a qualquer momento. E esses momentos não tardam e acontecerão quando você menos espera.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

O Exercício Dual N-Back aumenta a Inteligência em 40%

Neurocientistas de Bern, Switzerland, e de Michigan, USA,  demonstraram ser possível  aumentar a inteligência. Através de um exercício específico chamado Dual N-Back , você pode aumentar a sua inteligência em 40 % !

Esse trabalho experimental foi o primeiro , em quarenta anos de pesquisa, a provar, através de testes de QI validados, essa possibilidade.

A explicação é simples, como também o exercício. Através da melhora da memória de trabalho, que aumenta com o exercício, você aumenta a inteligência, porque ela usa as mesmas vias neuronais numa região cerebral chamada cortéx pré-frontal dorsolateral. Há , pela primeira vez, comprovação de um efeito de transferência da memória de trabalho para a inteligência e o QI.  Outros exercícios disseminados na internet com intuito de treinar as funções mentais e cerebrais não tiveram o mesmo efeito de transferência.
 
Depois de apenas 19 dias de treinamento, a inteligência fluida aumentou 40 % e a memória de trabalho aumentou 65 %. A comprovação foi feita por um teste de QI que mede inteligência fluida, as matrizes progressivas de Raven, culturamente não enviesadas.

Nossa memória de trabalho(MT) é importante. Nós a usamos por um curto período de tempo, em torno de 10 a 20 segundos, enquanto correlacionamos informações simultaneamente. Esse tipo de memória não deixa registros mnêmicos, mas tem o papel de encadear informações. Quanto mais elástica a MT, mais operações mentais são possíveis, como resolver problemas, raciocinar, calcular, aprender através de outras percepções.

A capacidade da MT é pequena, ela consegue manter 2 a 3 bits de informação simultaneamente na maioria das pessoas.O máximo de estocagem é de 7 bits de informação. Esse limite é desafiado  e pode ser recuperado e depois expandido através do exercício  Dual N-Back .

Mais informações:
http://www.iqmindware.com/
 



quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Capital Erótico

A beleza tem sido considerada um capital no mercado de trabalho, juntamente com os outros capitais já conhecidos, como o capital humano, o social e o econômico. A aparência é um fator influente nos resultados pessoais e profissionais. Pela primeira vez, estudos científicos demonstraram o peso da beleza na configuração da renda.

"As muito feias que me perdoem , mas beleza é fundamental", prenunciava o poeta-cientista Vinicius de Moraes, muito antes da ciência resolver estudar o tema. Como ele, tínhamos a impressão de que a beleza era importante, a começar pelo efeito prazeroso sobre nossos sentidos. A ciência tem estudado , cada vez mais, temas de interesse cotidiano, para confirmar nossas intuições e nosso senso comum. A beleza nos atrai, nos seduz, nos gratifica, nos causa prazer! Prazer direto ou indireto. Como isso não iria afetar todos os âmbitos, inclusive o profissional? Cada vez mais mulheres bonitas se lançam no mercado de trabalho, competindo por espaço no disputado mundo corporativo.

Pode parecer injusto para os pouco aquinhoados pela beleza, por se tratar de um atributo escasso, mas quem disse que a vida existe para ser justa? A vida é um jogo em diversos aspectos e a beleza desempenha um papel relevante. Estima-se que apenas 3 % das mulheres e 2 % dos homens são considerados muito bonitos. A maioria das pessoas , em torno de 51 % possuem uma beleza comum, 27 a 31 % são bonitos acima da média, 11 a 13 % são sem atrativos especiais e 1 a 2 % são feios!! Da mesma maneira que outros traços humanos, como a inteligência, a beleza se distribuiu numa curva  em forma de sino, onde os extremos, beleza e feiura, são percentualmente menores.

Falando em inteligência, o propósito do blog, somente  a inteligência  e a autoconfiança são mais importantes na determinação  da renda. Num fator preditivo máximo de 1, a inteligência alcança o índice de 0,52. A autoconfiança alcança o índice de 0,23 e  a atração física, 0,21. A educação continua relativamente importante, em torno de 0,l8.

Uma pesquisa realizada na Grã-Bretanha em 1991 descobriu que a aparência aumenta a renda em 20 % para os homens e 13 % para as mulheres, se a pessoa for atraente. Se a pessoa for alta, aumenta em 23 % para os homens e 26 % para as mulheres. Se for obesa, o efeito é negativo, reduz a renda em 13 % para os homens e 16 % para as mulheres.

O capital erótico é composto pela beleza, a sensualidade, a vivacidade, as habilidades sociais, a apresentação e a sexualidade.

A beleza tem relação com os traços faciais. Quanto mais simétricos, mais bela é a pessoa, universalmente falando e desde a antiguidade.
A sensualidade tem relação com o corpo e não com a face. A maneira como a pessoa se move, fala e se comporta.
A vivacidade tem haver com o humor e a boa forma física.
As habilidades sociais incluem  a capacidade de interagir socialmente, com charme e graça.
A apresentação inclui os cuidados pessoais, a roupa, o corte de cabelo , o uso de perfume, joias e acessórios.
A sexualidade inclui a competência na cama, a energia e a imaginação.

Tendo em vista os fatores listados acima, constatamos que o capital erótico é muito importante e não deve ser desprezado. Observe que a beleza é um fator, mas existem muitos outros na equação, que podem ser aprimorados, mas provavelmente não esconderão a feiura! A beleza eclipsada pela ausência dos outros fatores, pode ser ressaltada. No fim, a beleza continua fundamental. Muitas modelos são descobertas em bairros pobres. Depois de um "banho de loja", aulas de etiqueta, curso de oratória, uma passagem num sex shop, transformam-se em beldades internacionais.

Esses estudos nos levam a reflexões. A beleza nos atrai porque somos atraídos por tudo que causa prazer e somos repelidos por tudo que causa desprazer. Isso acontece em nível cerebral, não são escolhas, mas respostas automáticas.

Fonte: Revista Época/26 de setembro





quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Roberto Shinyashiki

 O escritor Roberto Shinyashiki é um dos escritores de "autoajuda" que se destaca por evitar os lugares-comuns e os clichês sempre reverberantes neste tipo de literatura. Considero-o um escritor de "heteroajuda". Ele consegue, através de suas obras, em ordem crescente de qualidade, nos surpreender , ao mesmo tempo que nos humaniza. O que falta para a maior parcela dos livros de autoajuda é justamente um escritor vivo e uma evolução no conjunto da obra.

Seu livro mais recente, Problemas? OBA!, capturou minha atenção numa livraria e agora recomendo aos leitores do blog como uma sugestão imensamente agradável de leitura. Diferentemente de outros escritores "Gost Writers", ele está presente, com a sua personalidade , em cada frase de seus livros. Ele mesmo escreve os livros, caramba! É inconfundível o seu estilo sincero, calmo e espiritualizado de escrever. Estar na obra é diferente de vender um livro gelado.

Nunca conversei pessoalmente com ele, vi-o uma vez de longe no aeroporto Salgado Filho, mas fiquei constrangido em abordá-lo. Ele me pareceu uma pessoa descolada, gentil , um escritor famoso! Mas não preciso conhecê-lo pessoalmente , para sentir que o conheço pessoalmente. Basta lê-lo.

Mas o que deve fazer um escritor de verdade, além de ficar famoso? Transmitir mensagens que mudem a vida das pessoas, por apresentar novos ângulos , com uma linguagem acessível. Isso é o que encontramos nesse livro. Como leio muitos livros simultaneamente, costumo deixar várias leituras inacabadas por falta de tempo ou porque cansei daquela história, daquele papo impresso. Bom, autoajuda eu nem leio mais, desde que saí da adolescência. Entretanto, com o livro do Roberto, estou mantendo o meu foco de leitura, já ultrapassando a metade do caminho. Isso é incrível.

Há alguns anos eu e minha esposa demos um presente para uma amiga aniversariante. Chamava-se A Revolução dos Campeões, de capa azul, por termos ficado muito tocados pelas mudanças positivas que sentimos na leitura. Eu gosto de ganhar livros, mas só dou livros para minha esposa, porque o povo brasileiro, inclusive meus amigos e colegas de trabalho, lê pouco. No caso dessa amiga, ela não gostou muito do presente, pois ela prefere  roupas e joias. Ela faz o tipo fatal, não o tipo  intelectual. O autor, Roberto Shinyashiki.

Então o seu livro mais recente, agora com capa amarela, nos ensina a encarar os problemas como oportunidade de crescimento e evolução, tanto profissional, como pessoal. Os capítulos são concisos, embalados por uma conversação entre o autor e um amigo, que busca colocação no mercado de trabalho, e vai aprendendo o valor inestimável de resolver problemas. Alguns trechos são tão verdadeiros, que escrevi "genial" na margem. A verdade é simples, por isso nos encanta. Mas é preciso saber passar a mensagem que toca o coração com uma linguagem única e o autor é especialista na arte de mudar vidas!









sábado, 10 de setembro de 2011

Nunca chegue ao Topo

Jean Paul Sartre, filósofo existencialista, disse que o sucesso e o fracasso eram feitos do mesmo material, mas nenhum era melhor do que o outro.

Nunca chegue ao topo.

Ray Kroc, fundador do McDonald´s, também disse " Quando você está verde, está crescendo. Quando  amadurece, só pode apodrecer."

Nunca chegue ao topo.

Numa sociedade movida pela busca frenética do dinheiro, fama e sucesso, essa heresia deve mexer com as suas convicções. Não sou contra o dinheiro, mas ele é um meio, nunca um fim. Quanto à fama, quinze minutos são insuficientes para algum esforço. Quanto ao sucesso, o que ele significa para você especificamente?

Nunca chegue ao topo. Prefira olhar o cume da montanha mais alta de baixo para cima.

Muito bem, você atingiu o topo na sua carreira, na sua vida, no que sonhou. Agora olha o mundo de cima para baixo, tem um entendimento mais profundo de mistérios que outras pessoas desconhecem. Está concluído. E agora?

Nunca chegue ao topo. Pode se aproximar, mas desça antes de atingi-lo.  Assim você continuará vivo e humilde, buscando o melhoramento pessoal, a inovação, novos sonhos, novos caminhos, novas montanhas, morrinhos singelos.

Adoro ler sobre pessoas de sucesso, tanto as que tiveram quinze minutos de fama e desapareceram do planeta Terra, quanto aquelas que mantiveram uma fama discreta e continuam "verdes ", melhorando sempre. Os do primeiro grupo já foram. Estavam inebriados com o sucesso e morreram cedo, seja por overdose, seja pelo álcool, seja pela fama artificial. Os que continuaram, sem nunca chegar ao topo derradeiro, continuam vivos e atuantes e suspeito que ganharão longevidade cada vez mais.

Nunca chegue ao topo. Prefira os elogios intermináveis do Faustão, mas saiba que isso é uma brincadeira de domingo. Dentro de sua alma, mantenha distância do cume.

A sua vida atual não tem um sentido prévio conhecido. Existencialmente, a vivência precede a essência, na mais pura acepção de Jean Paul Sartre. Então, atingir o topo é acabar com o sentido da vida. Não arrisque perder-se na ausência de sonhos renovados, quando o sucesso o visitar. Morrer cedo é para os ícones do Rock, mas não para a  sobrevivência dos mortais.

Nunca chegue ao topo. Então devo ser um fracassado feliz? Então devo ser um desconhecido infeliz?

Nenhuma coisa, nem outra. Seja você mesmo, sem a busca inútil do sucesso , da fama e do dinheiro. Invente sonhos que lhe causem "frenesi", mas se eles fracassarem, tudo bem. O fracasso e sucesso são feitos do mesmo material, lembra?

Nunca chegue ao topo ou seja  o número 1. Chegue aos 10 % da sua área profissional, se possível. Não vá se cobrar demais, não vale a pena. É necessário fluir, com a suavidade de um córrego entre os bambus. "Low Profile", em inglês.

Howard Hughes, o famoso bilionário excêntrico, dono de cassinos e aviador, era dono de tudo  o que queria- dinheiro, fama e sucesso. Como todo bilionário que não é exclusivamente bilionário, sofria de Transtorno Obsessivo-Compulsivo(TOC), era viciado em valium( um sedativo), dormia nu num quarto escuro, de onde comandava o seu império, protegido por seguranças, comia coxinhas de frango, as quais colecionava em potes. Para sua proteção, contava com sósias, que se faziam passar por ele em eventos e entrevistas, sempre por telefone, e devido à sua paranoia, tornou-se recluso até a sua morte. Ele chegou ao topo! Entretanto, num entrevista, após perguntas pessoais  que comprovaram a sua identidade inequivocamente, respondeu à última pergunta : __Mr. Hughes, o senhor é feliz? Ele respondeu sem hesitação:__"NÃO".

Nunca chegue ao topo. Ok, é permitido chegar aos 5 % da sua área profissional. Se conseguir procure ser  um bom pai, esposa, marido, jogador de futebol ou xadrez, boa mãe, um cidadão( ã) respeitado(a) e o que não contrariar a sua natureza interior.

Nunca chegue ao topo. Se você ainda não criou asas, o caminho é ladeira abaixo. A meio caminho do topo e da base, podemos olhar nas duas direções e continuaremos desconhecidamente vivos!

domingo, 28 de agosto de 2011

Ética num Mundo Antiético

Os anos passam, algumas pessoas permanecem fieis ao seu código de ética, enquanto outras trilham um caminho diferente, a estrada da antiética.

Será que vale a pena ser ético num mundo antiético?
Será que vale a pena ser honesto num mundo onde a honestidade é relativa?

Nadar contra a correnteza durante uma vida inteira é um desafio hercúleo. Alguns triunfam, outros sucumbem.

Ética é escolher um caminho que beneficie o máximo de pessoas possível e cause o menor dano inevitável. Ela é individual e pode ser modificada com o tempo, com as novas experiências, com escolhas autodeterminadas.

Antiética é escolher um caminho que beneficie o mínimo de pessoas possível e cause o maior dano evitável. Ela é individual e pode ser modificada com o tempo, com novas experiências , com escolhas autodeterminadas.

Deveriam ensinar Ética nas escolas.

As escolhas éticas não funcionam, quando impostas pelos pais, professores ou através de qualquer coerção. A verdadeira Ética é uma descoberta pessoal. Ética é uma decisão. Ética é um imperativo pessoal. Mas por que agir de maneira ética num mundo antiético? Qual a vantagem?

Cada pessoa precisa de um código de ética para navegar neste mundo insano.
Sem um código de ética, a pessoa, por falta de referencial, vai pegar caminhos antiéticos.
Sem um código de ética, a pessoa, por inconsciência, começa a morrer em vida.
Sem um código de ética, a pessoa vai obrigar-se a corrigir  as suas escolhas erradas, punindo-se com correções dolorosas. É a lei da retribuição.

O único caminho viável para socorrer-se de um poço antiético é voluntariamente buscar a própria responsabilidade pelos erros cometidos contra as pessoas e o mundo.

O mundo é antiético porque a maior parcela das pessoas joga "a culpa" nos outros. E , ao fazer isso, cometerá novos atos antiéticos. O acúmulo de atos antiéticos levará à morte real ou interna.
O que faz uma pessoa  escoimar-se de sua responsabilidade por condutas antiéticas? Comete novos atos antiéticos para justificar a conduta antiética anterior, numa espiral . Novos atos antiéticos, novas justificativas. Novos atos antiéticos, novas justificativas. Novos atos antiéticos, novas justificativas. O excesso de justificativas afasta a verdade e a pessoa mergulha num caos pessoal de resultados negativos, destrutivos e trágicos.

Como definimos um criminoso? Alguém que cometeu atos antiéticos tão frequentemente que a sua única realidade conhecida é a criminalidade. Na verdade, seus ascendentes herdaram essa única realidade de gerações anteriores e passaram adiante. Como convencer um criminoso de que ele é uma boa pessoa? Impossível. Quem são os seus iguais, que lhe proporcionam um acolhimento social que não outros criminosos? Todos somos criminosos no silêncio de nossas almas, pois já acumulamos erros e magoamos pessoas. Mas podemos voltar ao caminho da ética pessoal, assumindo nossos erros.

Vale a pena ser ético num mundo antiético?
Sim, vale a pena, pois é o único caminho que protege a vida,  que possibilita uma consciência tranquila e a certeza de ter valido a pena esta existência.


quinta-feira, 25 de agosto de 2011

O Brasil não é um País Sério

 Se você pensou que vou malhar políticos, enganou-se.

 Se você pensou que vou malhar a presidenta, enganou-se.

 Não vou malhar ninguém, mas não vou poupar ninguém. Vou fazer a minha "mea culpa", pois sou parte do sistema, portanto, tenho a minha responsabilidade de 1/ 190 milhões. Uma gota no oceano, só que sou uma gota que pensa.

Milhões de gotas andam por aí, totalmente alienadas do mundo brasileiro.

Milhões de gotas que poderiam se unir para virar rios, mares, oceanos, mas não sabem o que realmente está  acontecendo.

Moro em Santa Maria, RS. Prefiro ser uma gotícula nesta cidade.
Somos seres maravilhosos , mas estatisticamente insignificantes.
Mesmo nesta cidade universitária, sou responsável por 1 /300 mil.
Na verdade sou responsável exclusivamente por mim, em primeiro lugar. Chegamos em 1/1= 1

Vivo no microcosmos. A televisão tenta nos fazer acreditar que vivemos no macrocosmos, de alguma maneira, no Oriente Médio, por exemplo. Globalização!  Não! Vivo em Santa Maria.

E quando digo que o Brasil não é sério, falo do meu microcosmos.

Paremos de malhar políticos, paremos de malhar a representação da realidade, e comecemos a desvendar a realidade. Comece em casa, depois no seu bairro, depois na sua cidade. Pare! É suficiente.

Para não expandir para o macro o que observo no micro , deixo algumas considerações:

Sou médico e vejo os meus colegas vivendo sob a lei da oferta e da procura, do mercado e da concorrência, numa profissão dessa magnitude em importância. Isso é deprimente.
Leio rapidamente o código de ética que diz " A Medicina não pode ser exercida como comércio". Mas quem se propõe a contratar os meus colegas, impõe uma lei conhecida do comércio, com a anuência de quem??  dos meus colegas, infelizmente. Colegas, chega!

Como lidamos com essa distorção? Recusando-se a  aceitar essas duas leis! Quando os médicos não aceitarem mais o empobrecimento do valor inestimável da  profissão, refugando subempregos, explorações, manipulações, ingerências e salários ridículos, aviltantes e afrontosos,  vamos resgatar a profissão médica e honrar o nosso código de ética.

Em Manaus, para conseguirem um médico, oferecem um salário, por exemplo , de 20 mil reais.
No meu microcosmos, um médico ganha 2000 reais, isto é ,  1/10 em termos monetários. Por quê? Porque a lei do mercado e da concorrência achata a profissão com a mão pesada do capitalismo. Isso acontece porque os médicos daqui aceitam submeter-se a essa lei que não cabe à profissão médica, pois não é uma profissão comercial e sim uma profissão liberal. Quando os médicos se unirem para refutar, refugar essas distorções, incluindo médicos recém-formados, vamos mudar a realidade e estabelecer honorários dignos de uma formação longa e vitoriosa!

Não vou entrar no mérito de outras profissões. Já perceberam que o valor de uma profissão em termos monetários é inversamente proporcional à sua importância real, toda vez que as leis de mercado distorcem esse valor?

Eu estabeleço o preço da minha consulta. Ponto. E a moeda é o tempo. Uma hora do meu tempo custa................reais. Todos os médicos devem fazer o mesmo, fazer  valer o  seu tempo. Por isso, não existem consultas de corredor, nem consultas em festas, nem a solicitação de "opiniões"( para mim é uma consulta), pois o tempo é precioso, e deve ser cobrado sempre, mesmo quando não utilizado por um paciente que reservou o horário e faltou, sem desmarcar com antecedência. Lógica pura e respeito ao direito de outros pacientes que precisam de atendimento.

Médicos são mal- remunerados, porque aceitam leis que não se aplicam à profissão.
Professores são mal-remunerados, porque aceitam leis que não se aplicam à profissão.

E os jogadores de futebol são bem-remunerados!
E os megastars são infinitamente bem-remunerados!

A razão não está exclusivamente nos talentos ou oportunidades. A razão é que médicos e professores  resolvem problemas reais do mercado, necessidades que geram desconforto e dores, enquanto os jogadores de futebol e megastars não resolvem os problemas do mercado , mas geram conforto, prazer e alegrias. E isso, a curtíssimo prazo, tem um preço elevadíssimo, sem concorrência!
O Brasil não é um país sério. Assim é no meu microcosmos. E como é o seu país? Estou curioso em saber mais da sua realidade. Escreva.

domingo, 14 de agosto de 2011

Escreva o seu Próprio Obituário

Estamos tão apressados com o ritmo de vida, que eu chamo de "TDAHlizante", isto é, produtor de déficit de atenção e hiperatividade, pelo excesso de informações e pela escassez de sabedoria, que ficamos cada vez menos conscientes de nós mesmos.

Todo o autoconhecimento que dá sentido especial à vida, que constrói um enredo pessoal, uma longa ou curta metragem aqui na Terra, faz-se através do "dar-se conta", do experienciar do eu verdadeiro. Esse eu está submerso numa fachada que leva o nome de personalidade( persona= máscara). Então, pessoas de personalidade forte são as mais "mascaradas" que existem, pois blindam ainda mais o eu verdadeiro.

O processo de buscar a sobrevivência, que está seguramente em nível subótimo, vai acontecendo aleatoriamente, levando de roldão as pessoas pouco cônscias de que são donas de uma vida, que precisa ser exercida na sua plena potencialidade. Estar pouco consciente do valor da própria vida leva a quadros de baixa autoestima, vazio existencial, ideação suicida, adoção de comportamentos destrutivos, quebra de condutas éticas . A isso denomino " morte em vida".

Muitos são os caminhos para superar essas limitações , dando a cada um a escolha de alcançar padrões mais elevados de existência. Enquanto algumas pessoas se enterram até o pescoço na desistência de viver, como observamos nos dependentes químicos e nos criminosos de todos os gabaritos, outros buscam os caminhos iluminados da superação.

Na tarefa de resgatar o eu verdadeiro, convido-o a realizar um exercício bastante enriquecedor e poderoso  que trará uma mudança nos ângulos de visualização do seu presente e principalmente do seu futuro. Escreva o seu próprio obituário. Tome a sua vida até este momento, em retrospecto , e escreva o seu próprio obituário.


Pode parecer um pouco mórbido, mas vale a pena tentar. Estamos falando de escrever sobre a morte, para viver a vida até o potencial máximo! Você terá uma visão ampliada de como tem vivido a sua vida e como  "essa maneira de viver" irá impactar na memória dos que ficarem  depois da  sua partida. Como você gostaria de ser lembrado?

Ao decidir como vai ser o seu obituário, você vai ao futuro( que pode ser amanhã ou mesmo hoje) e decidi , olhando para trás, como vai viver o restante de tempo de agora em diante.

Você pode basear-se em modelos de obituários escritos em jornais, mas escreva o máximo que puder no primeiro rascunho. No segundo rascunho, procure selecionar os pontos principais da sua vida para resumi-los numa notinha de jornal.

O primeiro rascunho é o que vão ler no seu velório ou cremação. Imagine um amigo ou parente repassando a sua vida, enfatizando a diferença que você fez aqui nessa passagem breve.

O segundo rascunho, resumido, estará escrito no jornal da sua cidade.

Quem tiver coragem de executar esse exercício amedrontador, mas  libertador, começará agora mesmo a acessar o próprio eu, massacrado pela ilusão da realidade cotidiana. Tantas tragédias na televisão, crise mundial, bizarrices de todas as ordens, e a sua vida expirando, como um produto sem uso, ao sabor dos ventos, sem um propósito transcendente.

Escreva o seu próprio obituário e desperte para a vida, que tem pressa de viver.

Genética da Inteligência Humana

Cientistas da Universidade de Manchester em associação com colegas em Endiburgh e Austrália encontraram a primeira evidência biológica da contribuição da genética na inteligência humana.

Estudos anteriores com gêmeos e pessoas adotadas sugeriram haver uma contribuição genética nas habilidades cognitivas, mas este estudo recente, publicado no journal Molecular Psychiatry, é o primeiro a apontar uma contribuição genética através da testagem   do DNA humano para variações genéticas.

O estudo envolveu duas variantes de inteligência em mais de 3500 pessoas de Endiburgh, Aberdeen, Newscastle e Manchester. A publicação, do Dr. Neil Pendleton e colegas, encontrou 40% a 50 % das diferenças em habilidades podiam ser relacionadas com diferenças genéticas.

O estudo examinou mais da metade dos marcadores genéticos em cada participante da pesquisa. Os novos achados foram possíveis, usando um novo tipo de análise criada pelo professor Peter Visscher e colaboradores em Brisbane.

Dr Pendleton disse: " Está é a primeira pesquisa que examina a inteligência de adultos saudáveis e usando uma pesquisa genética compreensiva, fomos capazes de mostrar contribuições genéticas substanciais em nossa habilidade de pensar."
 
O estudo confirma os achados preliminares da pesquisa com gêmeos. Entretanto, a pesquisa não pôde mostrar quais genes contribuiram  na habilidade cognitiva. Esse trabalho demonstra que o número de genes envolvidos em inteligência é enorme, o que é similar aos outros traços humanos, como a altura, por exemplo.
 
Este trabalho possibilita entender melhor quais desses genes interagem entre si e com o ambiente, o qual tem uma contribuição igualmente significativa. O próximo passo é encontrar os mecanismos biológicos que mantêm as habilidades cognitivas  e o bem estar na terceira idade.
 
                                                                                         ( Fonte: Science Daily, 12/08/11)

domingo, 7 de agosto de 2011

Recomendação de leitura da semana

Será possível pesquisar cientificamente a Felicidade? Diferente dos livros de autoajuda, em que cada autor ensina uma "formula", neste livro você vai ser apresentado a resultados de pesquisas relevantes que comprovam  os fatores que promovem a Felicidade. Nos livros de autoajuda, a responsabilidade de transmitir dados fidedignos fica em segundo plano, enquanto que neste estudo, o paradigma da Ciência prioriza os dados comprováveis e não meras opiniões.

Outro diferencial do livro é confirmar impressões que temos empiricamente com dados replicáveis em pesquisas, ampliando também a percepção dos fatores  que são subestimados e refutando dados que são superestimados. O resultado é uma compreensão realista da Felicidade.

O primeiro capítulo aborda as definições de Felicidade, bem como os mitos em torno do tema. A partir do segundo capítulo são apresentados os fatores a serem desenvolvidos, item por item, no caminho para a Felicidade a longo prazo, renovável pela criação de hábitos saudáveis. Se você desja aprofundar-se , invista na aquisição desse livro, que se tornou referência acadêmica.

sábado, 16 de julho de 2011

Recomendação de Leitura da Semana

                                                                           
   Nunca li Bíblia de capa a capa. Fui educado numa escola Marista e , portanto, esporadicamente passava os olhos nas páginas, mas não realizei  nenhum estudo sistemático. Sempre optei por livros sobre a Bíblia, que selecionavam trechos relevantes para reflexão. Quando pequeno, minha irmã lia a Bíblia ilustrada e através dos desenhos fui me atualizando. Ainda pretendo ler a Bíblia de capa a capa um dia. É um projeto futuro. Por enquanto , prefiro continuar usando a mesma estratégia que funcionou durante todos esses anos e que tem me ajudado a extrair benefícios, mesmo não sendo a fonte original.
   A recomendação da semana é o livro  Salomão, o Homem mais Rico que já Existiu, de Steven K. Scott. Conheci( através da voz) o autor do livro, quando comprava áudios  no site de autodesenvolvimento www.nightingale.com . Escutei a coleção Mentoring by a Millionaire, excelente fonte de informação sobre  como desenvolver o pensamento próspero. Gostei muito do conteúdo. Agora tive contato com um dos seus livros, lançado em 2006 nos Estados Unidos e traduzido para o português em 2008. O livro é a recomendação de leitura da semana. Mais uma vez recorro ao conhecimento retirado da Bíblia como fonte de aprendizagem e inspiração. Quando lia a Bíblia, as partes que mais me interessavam eram os Salmos e os Provérbios. Justamente esse livro utiliza a sabedoria de Salomão para guiá-lo na busca de uma vida plena e bem-sucedida. A Bíblia pode ter inúmeras interpretações, mas as palavras de Salomão são pura sabedoria cristalina.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

A Infância dos nossos Sonhos

“As pessoas enxergam nossos defeitos antes que o façamos , mas igualmente podem enxergar nossas qualidades.”( Lao Tsé)



Há uma diferença essencial entre a infância e a vida adulta. Na infância você tem muitos sonhos e pouca realidade. Na vida adulta você tem muita realidade e poucos sonhos.

Das poucas certezas acerca da vida, entre elas está a morte. Mas podemos ter outras certezas. A certeza de que o futuro vai ser diferente dos nossos sonhos de infância.

Lembra daquela manhã de sábado, quando os raios de sol derretiam a geada na grama úmida? Você teve um lampejo de esperança e viu o futuro e o imaginou construído diante dos seus olhos. Sim! Ele era possível! A partir daquele momento ou de outro qualquer, cujo significado revelador instalou-se em nós, uma semente de esperança foi plantada no fundo dos nossos corações. E no solo inocente de uma criança, toda semente germina.

Quando o futuro chegar, muito antes de estarmos preparados, e bater à nossa porta, os sonhos mais singelos da infância tornar-se-ão apenas memórias nas estrelas do céu.

Havia uma vida infinita, repleta de alegrias e aventuras, um futuro que se antecipava através das brincadeiras, do imaginário, um futuro em sua plenitude. Seríamos quem escolhêssemos ser, sem amarras, sem realidade.

Todos carregamos aquela semente da infância. Ela está guardada no lado esquerdo do peito. Por isso, o peito dói diante das guerras, da miséria humana, da palavra cortante, do olhar desdenhoso, da mão que não aceita nossas mais sinceras desculpas. Uma semente viva e calada.

A realidade impõe-se. Mas a felicidade refugia-se no coração adulto que brinca em continuar criança, que protege a sua semente, que é leal aos seus sonhos.

A vida chega através dos anos e, pelos sofrimentos de todas as ordens, dobra nossa coluna e nos faz chorar . A vida permite que os acontecimentos inerentes ao existir, ao conviver com o próximo, execute cruamente a sua obra , sem adiamentos, nem negociações humanas.

E a semente que mora no nosso coração sente todas essas emoções duras. Muitas sementes vagueiam pelas ruas e praças e parecem desvitalizadas, mas isso é apenas aparência. É impossível viver sem a fonte mais confiável de esperança, a semente encravada no coração.

Quando conseguimos transformar a vida na nossa brincadeira favorita, por instantes, reencontramos os nossos sonhos e eles invadem a vida adulta, que se torna inocente outra vez. A realidade rende-se aos sonhos. São momentos mágicos, mas muito breves. E quando a realidade retoma o controle, ficamos adultos novamente, estonteados, querendo agarrar o último fio de esperança que evapora nos raios do sol poente.

Se isso ainda não lhe aconteceu, creia, esse dia vai chegar. E teremos motivos para viver. E esperaremos esse reencontro como esperamos ansiosos o primeiro amor.

A rotina dos dias e a palidez das horas faz-nos esquecer que a vida é buscar eternamente esse reencontro.

Dentro do peito de cada um de nós está plantada uma semente. Ela anseia por viver. Ela clama por viver. Você merece viver os seus sonhos de infância.Naquela manhã de sábado, diante de seus olhos, esses sonhos foram semeados de esperança pela visita inesperada do futuro. Agora você percebe? Há um mundo lá fora que precisa de suas mãos inocentes para molda-lo.

domingo, 5 de junho de 2011

Mente sem Limites- A Pílula da Inteligência

A indicação do filme da semana é Limitless( Sem Limites).

Bradley Cooper e Robert De Niro são as estrelas do filme  Limitless, um thriller de ação , com uma boa dose de paranoia e perseguição. O enredo é  sobre um escritor cuja vida  é transformada por uma " droga inteligente" ultrassecreta, que permite o uso de 100 % de seu cérebro e assim o transforma numa versão perfeita de si mesmo. Suas habilidades extraordinárias logo atraem forças que ameaçam a sua nova vida.

A busca de medicamentos capazes de expandir o limite intelectual do homem já está em fase de pesquisa e desenvolvimento. Essas drogas mostram alguns efeitos sobre o sono, a memória e o estado emocional dos participantes. Especialistas no mundo inteiro estão discutindo os limites dessas drogas e as repercussões biológicas e sociais decorrentes de  suas outras possíveis indicações além das já conhecidas atualmente. Os principais candidatos , até o momento, são o metilfenidato( ritalina), a modafinila( stavigile) e  o donepezil( Eranz).

O futuro já começou e muitas indústrias farmacêuticas estão investindo na pesquisa de outras classes medicamentosas com potencial de aprimoramento cognitivo. Ainda não se dispõem de dados suficientes para garantir a sua segurança e eficácia em usuários saudáveis, principalmente a longo prazo. Entre as novas classes estão: os Ativadores do receptor nicotínico de acetilcolina, que elevam os níveis do neurotransmissor acetilcolina nas conexões sinápticas pelo estímulo direto ou por agonismo substitutivo. A acetilcolina é o neurotransmissor envolvido na transmissão do impulsos nervosos musculares, na regulação do sistema nervoso autônomo parassimpático e , em nível cerebral, na memória.

O outro grupo são os das Ampaquinas, que atuam em receptores AMPA, que estimulam a transmissão elétrica do principal neurotransmissor excitatório cerebral, o glutamato, envolvido em consolidação de memórias de longa duração.

O outro grupo são dos Inibidores da fosfodiesterase(FDE), que permite a ativação prolongada de moléculas intracelulares, como a AMPC cíclico, um mediador de respostas moleculares, principalmente uma proteína chamada CREB, também importante na consolidação de memórias de longa duração.

O outro grupo são dos Anti-histamínicos, que bloqueiam um receptor da histamina( H3),responsável por o estado de vigília  e atenção em nível cerebral.

A premissa do filme é de que um medicamento pudesse intensificar a utilização perfeita de todo o potencial cerebral . Já usamos 100% do nosso potencial cerebral, mas a eficiência do uso é que se tenciona aprimorar. Todas as áreas cerebrais são ativadas direta ou indiretamente em diferentes atividades neuronais ou funções. Mesmo através da análise por neuroimagem funcional, aquelas áreas que não se ativam diante de tarefas específicas , estão em estado de latência de captação, mas provalmente estão atuando em conjunto com os grandes agrupamentos neuronais( redes cognitivas) que disparam impulsos elétricos captáveis pelos aparelhos.
Usamos 100% do nosso potencial cerebral, tanto para tarefas simples como para tarefas complexas. O que muda são as vias preferenciais( redes neuronais), de acordo com a estrutura neuroanatômica e as vias sinápticas fortalecidas pelo uso.

Será que é possível ficar mais inteligente , ingerindo uma pílula?

No filme, as funções que se tornam bastante afiadas são as perceptivas. "E a percepção governa a inteligência e é o se atributo mais importante"( trecho extraído do livro As Duas Inteligências). Portanto, no filme, o protagonista fica muito inteligente, pois começa a perceber nuances e a realizar associações rápidas( cognições analógicas), o que permite ampliar tanto a utilização de mais grupos neuronais, como aumentar o potencial criativo, pela interação de uma diversidade de assuntos aparentemente não correlacionados. Então ele transita em diferentes áreas do conhecimento e aprende com muita rapidez. No filme, ele fica mais inteligente.

Na vida real, o uso de creatina, já demonstrou, numa pesquisa em 2006, aumentar a inteligência fluida em 40 % depois de 6 semanas de uso diário. Portanto, já temos aprimoradores cognitivos disponíveis no mercado, a baixo custo.

Os medicamentos possuem uma tradição de uso terapêutico, isto é, eram originalmente desenvolvidos para tratar, curar ou controlar doenças. Na atualidade a Medicina tenta evoluir um passo adiante, buscando desenvolver medicamentos que não somente devolvam o paciente ao seu estado basal( prémórbido), mas que o levem acima da sua linha de base biológica e social. Não basta corrigirmos o defeito, é preciso aprimorarmos as qualidades. Assim caminham áreas especializadas, como a cirurgia plástica estética e a psiquiatria e neurologia estéticas.

 Seria ético aprimorar capacidades normais para extratos funcionais supranormais?
 Seria moralmente aceitável?


 Esses e outros questionamentos surgem em debates de diferentes correntes do conhecimento humano. Sabemos que a sociedade é farmacodependente em maior ou menor grau, pela sua orientação em busca de curas imediatas, soluções mágicas e resultados excelentes. Estudantes abusam de ritalina para realização de provas, mesmo sem acompanhamento médico ou doença que justifique o uso. Caminhoneiros usam os "rebites"( anfetamínicos) para ficarem acordados durante jornadas extenuantes de trabalho. Pessoas usam álcool "socialmente" para desinibição em festas e coqueteis. Não vamos nem entrar no tema outras drogas de abuso , que causam dependências, pela busca de efeitos psicotrópicos diversos. Então, numa sociedade que abusa de diferentes substâncias, lícitas e ilícitas, qual seria a restrição ao uso dos aprimoradores cognitivos? É uma questão em aberto ainda.

Um aspecto relevante para a liberação do uso de aprimoradores cognitivos é que eles podem ser inseguros a curto e longo prazo, algo que as pesquisas precisam levar em consideração, para preservar a saúde humana. Trata-se de aplicar um avanço artificial em redes neuronais naturais e produzir efeitos quimicamente mediados. Isso pode produzir efeitos colaterais indesejáveis e perigosos, além de risco a longo prazo. Uma coisa é precisar tomar medicamentos, como no caso dos diabéticos, dos hipertensos, dos esquizofrênicos, dos cardiopatas, dos depressivos crônicos, outra coisa distinta, é escolher tomar medicamentos sem haver necessidade primordial.

Haverá o desenvolvimento de dependência emocional e/ou física , pois a ação reforçadora do hábito e a recompensa ao  alcançar desempenhos melhores se estabelecerá como um padrão inconsciente. Ninguém vai arriscar ir mal numa prova e ficar em condição de desigualdade em relação a outros estudantes que usam. Haverá o efeito "calmante" do uso, que aumenta a segurança de estar em plenas condições de performance, da mesma maneira que jovens usam o viagra para evitar "falhar" nas relações sexuais. Estabelecer-se-ia um padrão generalizado de uso, e assim estaríamos diante de uma epidemia de dependência de massa. Os laboratórios vislumbram isso? E ainda legalizado?

Hoje o café é a bebida mais consumida do mundo. E ele parece ter benefícios para a saúde. Quem não aprecia um cafezinho, mesmo não sendo funcionário público, depois do almoço, pelo prazer do relaxamento e excitação que causa. Nosso cérebro é evolutivamente aparelhado para tornar-se dependente. Temos um circuito do prazer em permanente estado de vigilância, em busca da próxima droga ou situação que cause PRAZER! E depois permanece ativo para evitar que esse prazer vá embora e no seu lugar se estabeleça a DOR. Isso é dependência.

O debate em torno de aprimoradores cognitivos se faz num momento histórico que se exigem velocidades altas na aprendizagem e aumento desenfreado da competitividade econômica, com a desumanização. Drogas que pudessem melhorar o desempenho de "robôs humanos", que dormiriam menos, aprenderiam mais, trabalhariam além de suas forças naturais, seria  benfazejo para o capitalismo global. Mas seria bom para o homem individual? No filme, isso fica bem claro, justamente foi a  área econômica  a escolhida pelo protagonista para usufruir do seu brilhantismo artificial. Não foi nas artes, nos projetos sociais ou outros âmbitos mais esteticamente orientados.

Já prescrevemos muitos medicamentos veiculados como possíveis aprimoradores cognitivos. Entretanto, observamos que nenhum paciente ficou mais inteligente por isso. O que comprovamos, sim, é que portadores de Déficit de Atenção e Hiperatividade(TDAH), que estavam prejudicados no seu desempenho cognitivo( e portanto menos inteligentes) puderam recuperar o seu potencial cognitivo inato( isso não é o mesmo que dizer que ficaram mais inteligentes). A ritalina possui o potencial de corrigir, com excelentes resultados, o TDAH moderado à grave. Mas nos pacientes com TDAH leve ou ausente, a melhora se mostra discreta ou inexistente. Quanto ao modafinil, que atua em narcolepsia e sonolência diurna, observamos resultados muito discretos, sem relação com melhora cognitiva mensurável. O donepezil continua em uso clínico somente em pacientes  com doença de Alzheimer e não o utilizamos com outro propósito até o momento. Os antidepressivos devolvem a funcionalidade neuroquímica aos portadores, melhorando os parâmetros cognitivos, incluindo o raciocínio e a memória. Isto é uma recuperação ao estado prévio, não um aprimoramento. Portanto, até o momento, não há evidências concretas , robustas e replicáveis de que esses medicamentos sejam aprimoradores cognitivos, mas somente medicamentos para transtornos mentais específicos.

                                                      LEITURA DINÂMICA E ESTUDO




quarta-feira, 25 de maio de 2011

terça-feira, 24 de maio de 2011

O Livro " As Duas Inteligências"- Um convite aos interessados e uma deleção aos críticos precoces

Eu recomendo o livro " As Duas Inteligências" para  pessoas interessadas em se tornarem inteligentes verdadeiramente. Não apenas aumentar o QI, mas se tornarem inteligentes, o que é muito melhor!

Algumas pessoas acham esse tema "Inteligência" desinteressante, dispensável, inútil, ultrapassado, assunto de gente esnobe que quer aparecer,  que quer se promover. E para eles, infelizmente, funciona assim.  Recebi muitas mensagens desaforadas de pessoas que compõem o grupo anti-inteligência,  que  nos denominaram :" Vocês gênios idiotas", que pensam que sabem tudo, seus gênios imbecis." Escolhi deletar sumariamente essas mensagens porque são de pessoas mal-educadas e são destrutivas. Aqui no blog ou em qualquer espaço de debate, estarei aberto a discutir ideias. Mas grosseria  é um estado mental pouco inteligente. Portanto, é deletado na hora.

Essas pessoas que nos chamam de "gênios imbecis" deveriam ler o livro primeiro, para entenderem que não nos consideramos gênios, longe disso. Como falar da obra, sem lê-la primeiro? Este livro foi escrito para pessoas  que almejam resultados acima da média. É uma contribuição que criei e se destina  a quem interessar. Mas sempre vai haver pessoas que se sentem ofendidas pelo êxito alheio,  então vociferam e tentam degradar a obra.

 Eu estou seguro de que quem ler o livro com a mente aberta e coração sem rancores, vai aumentar a sua inteligência global e gerará frutos significativos na sua vida. As minhas palavras não são propaganda simplesmente, pois desmascaro qualquer tipo de propaganda num dos capítulos do livro.

Alguns leitores  podem pensar que o livro aborda a inteligência intelectual e a emocional. Não há relação alguma com esses temas requentados! É um trabalho( acredito) que vai além disso. Mas não aceitem a minha opinião. Leiam o livro com olhos críticos e  curiosidade. Depois podemos discutir o livro aqui no blog, com total transparência.

Na contracapa do livro referi o meu QI, bem como no post abaixo. Isso é uma jogada de marketing, confesso, pois desperta o interesse dos leitores. Como alguém com um QI baixo vai falar sobre inteligência? Soa, no mínimo, estranho. Então mostro que tenho um QI elevado. Mas meu livro transcende o conceito de QI e para escrevê-lo precisei ter ultrapassado a fase de me sentir importante ( para mim mesmo) por ter um QI alto. Mas me orgulho e me surpreendo de pontuar alto em testes de matrizes, que são culturamente livres de vieses. Minha inteligência é alta mesmo. Legal, mas e daí? Fico feliz. Motivei-me a escrever o livro, em parte, por me descobrir inteligente.

Mas todos vamos morrer um dia. Todos somos iguais em direitos e deveres. Será que esse tema "Inteligência" não é desinteressante, dispensável, inútil, ultrapassado, assunto de gente esnobe que quer aparecer,  que quer se promover ? Acredito que a importância de ser inteligente sobressai no período em que estamos vivos. Justamente neste período curto. A vida, apesar de breve, pode ser mais interessante. E se a inteligência puder contribuir, de alguma maneira,  para que isso aconteça, por que continuar com a burrice, a ignorância, a mesmice e as crenças mofadas? Alguém tem uma resposta inteligente para me dar?

sexta-feira, 13 de maio de 2011

TORR ORG- the pressure is on

Marcos Ferreira é o mais novo membro da TORR ORG, uma das mais seletivas sociedades de Alto QI do mundo, composta por apenas 393 pessoas até o momento. Através da realização do GIGI test, que mensura  a inteligência fluida, obteve o QI 148, escore alcançado por apenas 0,1% da população mundial. Marcos já era membro de outras duas sociedades de alto QI, a HighIQ Society( EUA) desde 2006, quando atingiu o QI de 158 e a Sigma Society I, no Brasil, com QI superior a 132. Esses escores o motivaram a investigar o tópico Inteligências, que resultou no lançamento do seu novo   livro " As Duas Inteligências", disponível para todos os leitores do blog.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Poesia

Meu mundo

Tenho um mundo
demasiado grande, dentro de mim
As palavras, escapes, fôlego
Um sopro aturdido em meio aos passos e vozes
Neste mundo demasiado estranho, arredio
que com palavras me sento ao lado
Ele insiste em apertar meu peito,
subjugar os meus pensamentos
e eu a ele, em palavras
Sem elas, ainda estaria oprimido,
prisioneiro das dúvidas do nunca, do sempre
A morte é a ausência
A escravidão é ausência da própria voz,
que por dentro do peito desvaneceu.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Memórias de um Ex-Vestibulando

O vestibular ou qualquer concurso demanda  investimento de tempo, energia, dinheiro e expectativas.

Hoje acordei pensando nos meus tempos de vestibulando. Oh, tempo bom aquele! Principalmente porque durou apenas um mês! Emagreci 4 quilos! Depois que voltei para a minha cidade, dormi uma semana inteira sem interrupções.

Admiro as pessoas que se dedicam a estudar para um concurso ou para o vestibular. Na verdade, ser concurseiro  ou vestibulando é uma "profissão transicional". Não se é nada oficialmente, mas um vir a ser. Nesse "limbo", como me referiu um vestibulando recentemente, vai se (sobre) vivendo na busca de sonhos!

Acredito que a vida é feita de fases. Quando navegamos na onda sincrônica das boas fases, a vida torna-se mais fácil, as conquistas acontecem naturalmente. Presumo que o meu destino era passar no vestibular. Se existe um " fator sorte", ele atua na fase em que vivemos. Não existe sorte para aprovação no concurso ou vestibular concorrido. É preciso estudo, dedicação, autoconfiança e sorte no momento de vida!

 A minha sorte vinha de um colégio bom e eu gostava de estudar. Só fazia aquilo! Tive a oportunidade de ampliar o meus acertos em uns 30 % , através  do cursinho pré-vestibular intensivo de dezembro. Eu era excelente estudante, e o primeiro prenúncio da aprovação iminente  aconteceu quando consegui me perder na "imensa" cidade de Santa Maria, RS. Prenúncio, porque todo o "calouro" é meio perdido no campus quando começa a faculdade. Quase uma barata tonta. Perdi-me e cheguei  vinte minutos atrasado na aula de matemática do Ivo no Master.

A minha dieta de vestibulando era invariável. Nunca fui bom na cozinha, nem tinha tempo para distrações. Consistia em bolacha Maria e café preto. Entendi que a perda de peso foi mais uma questão de alimentação do que de estresse emocional. Aqueles quatro quilos fizeram falta para o meu corpo, mas certamente não afetaram a minha mente. Desenvolvi " um calo nadegal" porque o osso traseiro sentava direto na cadeira dura do cursinho. Isso vai machucando com o tempo, sabe? Hoje abro os jornais, cheio de orientações nutricionais , coma  isso, não coma aquilo, leve uma barra de chocolate para dar energia e, naquela época, ninguém me orientou! Não lia jornais, a não ser as notícias políticas, então não tinha acesso a informações importantes para a aprovação.

Falando em comida, um abraço para colega Fabio Comarú, o nosso gourmet. Ele preparava uns lanchinhos vespertinhos interessantes. Mal começávamos a estudar , ele batia na porta : __ " hora do lanche"! Aqueles lanchinhos mantiveram meu cerebro funcionando!

Hoje acompanho vestibulandos, concurseiros e admiro a longevidade deles na profissão.

Sinceramente, se eu fosse vestibulando hoje, não teria a mesma disposição que tinha quando passei na primeira vez. Dizem que são os anos que nos tornam mais seletivos. A experiência. Eu digo que foi a sorte no momento de vida. "Há tempo para semear e tempo para colher", mas sempre há um tempo certo aqui na Terra para projetos e sonhos. Quando esse tempo passa, os sonhos ficam velhos.

Os vestibulandos e concurseiros merecem a nossa admiração. Não sou eu que vou dizer algo para desmerecer essa jornada. Cada pessoa caminha solitária pela estrada da vida, apesar dos aplausos e vaias da turma da arquibancada- pais, amigos e invejosos.

Há um " timing" para o universo conspirar a nosso favor. Denominamos isso de sincronicidade. Até tinha uma comunidade no falecido Orkut chamada " Sincronicidade". Mas fiquei fora uns dias e o Ivan pegou a comunidade para ele. Depois ela desapareceu. Talvez porque havia um tempo para o Orkut. Ainda sou usuário esporádico do Orkut, mas ele está muito facebook para o meu gosto pessoal. Prefiro o original ao genérico! Pergunte a qualquer paciente que oriento e eles confirmarão.

Acho que desviei do tema? Isso é imperdoável numa redação. Mas aqui no blog sinto-me livre para divagar. No papel de vestibulando ou concurseiro, tudo é muito exato, regras, fórmulas e macetes. Hoje não consigo viver assim. Por isso  não sou um bom vestibulando, nem concurseiro. Passou o meu tempo. Mas ainda tenho as memórias vivas dentro de mim. "Tempo bom aquele, que não volta mais", nem espero que volte.

Você, que está no sexto vestibular de Medicina, ou já completou um mandato como concurseiro profissional, a minha admiração. Estranho as coisas que a minha capacidade não consegue executar. Mas logo me lembro, alertado pela minha secretária Erami, __"o que a sua capacidade não consegue executar?" Boa pergunta. Gosto de perguntas pertinentes. Ela demonstra que merece o seu trabalho aqui no consultório.

Não consigo executar todas as coisas que já estão fora da minha fase de vida. Talvez seja a maturidade, ou o envelhecimento. __" Realismo", grita a minha consciência. Não consigo executar todas as coisas que decidi  não executar mais. Aqui tenho certeza, a palavra  é autonomia. Mas para ter autonomia, é preciso estudar. É preciso trabalhar. Está começando a ficar menos estranha a caminhada desses vestibulandos e concurseiros. Não está na hora da aula?