domingo, 28 de agosto de 2011

Ética num Mundo Antiético

Os anos passam, algumas pessoas permanecem fieis ao seu código de ética, enquanto outras trilham um caminho diferente, a estrada da antiética.

Será que vale a pena ser ético num mundo antiético?
Será que vale a pena ser honesto num mundo onde a honestidade é relativa?

Nadar contra a correnteza durante uma vida inteira é um desafio hercúleo. Alguns triunfam, outros sucumbem.

Ética é escolher um caminho que beneficie o máximo de pessoas possível e cause o menor dano inevitável. Ela é individual e pode ser modificada com o tempo, com as novas experiências, com escolhas autodeterminadas.

Antiética é escolher um caminho que beneficie o mínimo de pessoas possível e cause o maior dano evitável. Ela é individual e pode ser modificada com o tempo, com novas experiências , com escolhas autodeterminadas.

Deveriam ensinar Ética nas escolas.

As escolhas éticas não funcionam, quando impostas pelos pais, professores ou através de qualquer coerção. A verdadeira Ética é uma descoberta pessoal. Ética é uma decisão. Ética é um imperativo pessoal. Mas por que agir de maneira ética num mundo antiético? Qual a vantagem?

Cada pessoa precisa de um código de ética para navegar neste mundo insano.
Sem um código de ética, a pessoa, por falta de referencial, vai pegar caminhos antiéticos.
Sem um código de ética, a pessoa, por inconsciência, começa a morrer em vida.
Sem um código de ética, a pessoa vai obrigar-se a corrigir  as suas escolhas erradas, punindo-se com correções dolorosas. É a lei da retribuição.

O único caminho viável para socorrer-se de um poço antiético é voluntariamente buscar a própria responsabilidade pelos erros cometidos contra as pessoas e o mundo.

O mundo é antiético porque a maior parcela das pessoas joga "a culpa" nos outros. E , ao fazer isso, cometerá novos atos antiéticos. O acúmulo de atos antiéticos levará à morte real ou interna.
O que faz uma pessoa  escoimar-se de sua responsabilidade por condutas antiéticas? Comete novos atos antiéticos para justificar a conduta antiética anterior, numa espiral . Novos atos antiéticos, novas justificativas. Novos atos antiéticos, novas justificativas. Novos atos antiéticos, novas justificativas. O excesso de justificativas afasta a verdade e a pessoa mergulha num caos pessoal de resultados negativos, destrutivos e trágicos.

Como definimos um criminoso? Alguém que cometeu atos antiéticos tão frequentemente que a sua única realidade conhecida é a criminalidade. Na verdade, seus ascendentes herdaram essa única realidade de gerações anteriores e passaram adiante. Como convencer um criminoso de que ele é uma boa pessoa? Impossível. Quem são os seus iguais, que lhe proporcionam um acolhimento social que não outros criminosos? Todos somos criminosos no silêncio de nossas almas, pois já acumulamos erros e magoamos pessoas. Mas podemos voltar ao caminho da ética pessoal, assumindo nossos erros.

Vale a pena ser ético num mundo antiético?
Sim, vale a pena, pois é o único caminho que protege a vida,  que possibilita uma consciência tranquila e a certeza de ter valido a pena esta existência.


quinta-feira, 25 de agosto de 2011

O Brasil não é um País Sério

 Se você pensou que vou malhar políticos, enganou-se.

 Se você pensou que vou malhar a presidenta, enganou-se.

 Não vou malhar ninguém, mas não vou poupar ninguém. Vou fazer a minha "mea culpa", pois sou parte do sistema, portanto, tenho a minha responsabilidade de 1/ 190 milhões. Uma gota no oceano, só que sou uma gota que pensa.

Milhões de gotas andam por aí, totalmente alienadas do mundo brasileiro.

Milhões de gotas que poderiam se unir para virar rios, mares, oceanos, mas não sabem o que realmente está  acontecendo.

Moro em Santa Maria, RS. Prefiro ser uma gotícula nesta cidade.
Somos seres maravilhosos , mas estatisticamente insignificantes.
Mesmo nesta cidade universitária, sou responsável por 1 /300 mil.
Na verdade sou responsável exclusivamente por mim, em primeiro lugar. Chegamos em 1/1= 1

Vivo no microcosmos. A televisão tenta nos fazer acreditar que vivemos no macrocosmos, de alguma maneira, no Oriente Médio, por exemplo. Globalização!  Não! Vivo em Santa Maria.

E quando digo que o Brasil não é sério, falo do meu microcosmos.

Paremos de malhar políticos, paremos de malhar a representação da realidade, e comecemos a desvendar a realidade. Comece em casa, depois no seu bairro, depois na sua cidade. Pare! É suficiente.

Para não expandir para o macro o que observo no micro , deixo algumas considerações:

Sou médico e vejo os meus colegas vivendo sob a lei da oferta e da procura, do mercado e da concorrência, numa profissão dessa magnitude em importância. Isso é deprimente.
Leio rapidamente o código de ética que diz " A Medicina não pode ser exercida como comércio". Mas quem se propõe a contratar os meus colegas, impõe uma lei conhecida do comércio, com a anuência de quem??  dos meus colegas, infelizmente. Colegas, chega!

Como lidamos com essa distorção? Recusando-se a  aceitar essas duas leis! Quando os médicos não aceitarem mais o empobrecimento do valor inestimável da  profissão, refugando subempregos, explorações, manipulações, ingerências e salários ridículos, aviltantes e afrontosos,  vamos resgatar a profissão médica e honrar o nosso código de ética.

Em Manaus, para conseguirem um médico, oferecem um salário, por exemplo , de 20 mil reais.
No meu microcosmos, um médico ganha 2000 reais, isto é ,  1/10 em termos monetários. Por quê? Porque a lei do mercado e da concorrência achata a profissão com a mão pesada do capitalismo. Isso acontece porque os médicos daqui aceitam submeter-se a essa lei que não cabe à profissão médica, pois não é uma profissão comercial e sim uma profissão liberal. Quando os médicos se unirem para refutar, refugar essas distorções, incluindo médicos recém-formados, vamos mudar a realidade e estabelecer honorários dignos de uma formação longa e vitoriosa!

Não vou entrar no mérito de outras profissões. Já perceberam que o valor de uma profissão em termos monetários é inversamente proporcional à sua importância real, toda vez que as leis de mercado distorcem esse valor?

Eu estabeleço o preço da minha consulta. Ponto. E a moeda é o tempo. Uma hora do meu tempo custa................reais. Todos os médicos devem fazer o mesmo, fazer  valer o  seu tempo. Por isso, não existem consultas de corredor, nem consultas em festas, nem a solicitação de "opiniões"( para mim é uma consulta), pois o tempo é precioso, e deve ser cobrado sempre, mesmo quando não utilizado por um paciente que reservou o horário e faltou, sem desmarcar com antecedência. Lógica pura e respeito ao direito de outros pacientes que precisam de atendimento.

Médicos são mal- remunerados, porque aceitam leis que não se aplicam à profissão.
Professores são mal-remunerados, porque aceitam leis que não se aplicam à profissão.

E os jogadores de futebol são bem-remunerados!
E os megastars são infinitamente bem-remunerados!

A razão não está exclusivamente nos talentos ou oportunidades. A razão é que médicos e professores  resolvem problemas reais do mercado, necessidades que geram desconforto e dores, enquanto os jogadores de futebol e megastars não resolvem os problemas do mercado , mas geram conforto, prazer e alegrias. E isso, a curtíssimo prazo, tem um preço elevadíssimo, sem concorrência!
O Brasil não é um país sério. Assim é no meu microcosmos. E como é o seu país? Estou curioso em saber mais da sua realidade. Escreva.

domingo, 14 de agosto de 2011

Escreva o seu Próprio Obituário

Estamos tão apressados com o ritmo de vida, que eu chamo de "TDAHlizante", isto é, produtor de déficit de atenção e hiperatividade, pelo excesso de informações e pela escassez de sabedoria, que ficamos cada vez menos conscientes de nós mesmos.

Todo o autoconhecimento que dá sentido especial à vida, que constrói um enredo pessoal, uma longa ou curta metragem aqui na Terra, faz-se através do "dar-se conta", do experienciar do eu verdadeiro. Esse eu está submerso numa fachada que leva o nome de personalidade( persona= máscara). Então, pessoas de personalidade forte são as mais "mascaradas" que existem, pois blindam ainda mais o eu verdadeiro.

O processo de buscar a sobrevivência, que está seguramente em nível subótimo, vai acontecendo aleatoriamente, levando de roldão as pessoas pouco cônscias de que são donas de uma vida, que precisa ser exercida na sua plena potencialidade. Estar pouco consciente do valor da própria vida leva a quadros de baixa autoestima, vazio existencial, ideação suicida, adoção de comportamentos destrutivos, quebra de condutas éticas . A isso denomino " morte em vida".

Muitos são os caminhos para superar essas limitações , dando a cada um a escolha de alcançar padrões mais elevados de existência. Enquanto algumas pessoas se enterram até o pescoço na desistência de viver, como observamos nos dependentes químicos e nos criminosos de todos os gabaritos, outros buscam os caminhos iluminados da superação.

Na tarefa de resgatar o eu verdadeiro, convido-o a realizar um exercício bastante enriquecedor e poderoso  que trará uma mudança nos ângulos de visualização do seu presente e principalmente do seu futuro. Escreva o seu próprio obituário. Tome a sua vida até este momento, em retrospecto , e escreva o seu próprio obituário.


Pode parecer um pouco mórbido, mas vale a pena tentar. Estamos falando de escrever sobre a morte, para viver a vida até o potencial máximo! Você terá uma visão ampliada de como tem vivido a sua vida e como  "essa maneira de viver" irá impactar na memória dos que ficarem  depois da  sua partida. Como você gostaria de ser lembrado?

Ao decidir como vai ser o seu obituário, você vai ao futuro( que pode ser amanhã ou mesmo hoje) e decidi , olhando para trás, como vai viver o restante de tempo de agora em diante.

Você pode basear-se em modelos de obituários escritos em jornais, mas escreva o máximo que puder no primeiro rascunho. No segundo rascunho, procure selecionar os pontos principais da sua vida para resumi-los numa notinha de jornal.

O primeiro rascunho é o que vão ler no seu velório ou cremação. Imagine um amigo ou parente repassando a sua vida, enfatizando a diferença que você fez aqui nessa passagem breve.

O segundo rascunho, resumido, estará escrito no jornal da sua cidade.

Quem tiver coragem de executar esse exercício amedrontador, mas  libertador, começará agora mesmo a acessar o próprio eu, massacrado pela ilusão da realidade cotidiana. Tantas tragédias na televisão, crise mundial, bizarrices de todas as ordens, e a sua vida expirando, como um produto sem uso, ao sabor dos ventos, sem um propósito transcendente.

Escreva o seu próprio obituário e desperte para a vida, que tem pressa de viver.

Genética da Inteligência Humana

Cientistas da Universidade de Manchester em associação com colegas em Endiburgh e Austrália encontraram a primeira evidência biológica da contribuição da genética na inteligência humana.

Estudos anteriores com gêmeos e pessoas adotadas sugeriram haver uma contribuição genética nas habilidades cognitivas, mas este estudo recente, publicado no journal Molecular Psychiatry, é o primeiro a apontar uma contribuição genética através da testagem   do DNA humano para variações genéticas.

O estudo envolveu duas variantes de inteligência em mais de 3500 pessoas de Endiburgh, Aberdeen, Newscastle e Manchester. A publicação, do Dr. Neil Pendleton e colegas, encontrou 40% a 50 % das diferenças em habilidades podiam ser relacionadas com diferenças genéticas.

O estudo examinou mais da metade dos marcadores genéticos em cada participante da pesquisa. Os novos achados foram possíveis, usando um novo tipo de análise criada pelo professor Peter Visscher e colaboradores em Brisbane.

Dr Pendleton disse: " Está é a primeira pesquisa que examina a inteligência de adultos saudáveis e usando uma pesquisa genética compreensiva, fomos capazes de mostrar contribuições genéticas substanciais em nossa habilidade de pensar."
 
O estudo confirma os achados preliminares da pesquisa com gêmeos. Entretanto, a pesquisa não pôde mostrar quais genes contribuiram  na habilidade cognitiva. Esse trabalho demonstra que o número de genes envolvidos em inteligência é enorme, o que é similar aos outros traços humanos, como a altura, por exemplo.
 
Este trabalho possibilita entender melhor quais desses genes interagem entre si e com o ambiente, o qual tem uma contribuição igualmente significativa. O próximo passo é encontrar os mecanismos biológicos que mantêm as habilidades cognitivas  e o bem estar na terceira idade.
 
                                                                                         ( Fonte: Science Daily, 12/08/11)

domingo, 7 de agosto de 2011

Recomendação de leitura da semana

Será possível pesquisar cientificamente a Felicidade? Diferente dos livros de autoajuda, em que cada autor ensina uma "formula", neste livro você vai ser apresentado a resultados de pesquisas relevantes que comprovam  os fatores que promovem a Felicidade. Nos livros de autoajuda, a responsabilidade de transmitir dados fidedignos fica em segundo plano, enquanto que neste estudo, o paradigma da Ciência prioriza os dados comprováveis e não meras opiniões.

Outro diferencial do livro é confirmar impressões que temos empiricamente com dados replicáveis em pesquisas, ampliando também a percepção dos fatores  que são subestimados e refutando dados que são superestimados. O resultado é uma compreensão realista da Felicidade.

O primeiro capítulo aborda as definições de Felicidade, bem como os mitos em torno do tema. A partir do segundo capítulo são apresentados os fatores a serem desenvolvidos, item por item, no caminho para a Felicidade a longo prazo, renovável pela criação de hábitos saudáveis. Se você desja aprofundar-se , invista na aquisição desse livro, que se tornou referência acadêmica.